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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

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Barcelona

O processo independentista catalão tem sofrido de ausência de razão quer da parte do governo catalão, desrespeitando leis gerais que estruturam a soberania do Estado espanhol, quer do governo central que respondeu a pontapé e à bastonada às provocações que os nacionalistas realizaram.
15 de outubro de 2017 às 07:00

Quando os ânimos aquecem e a sensatez fica fora do pensar, abrasados pelas paixões, é natural que se perca a razão. Não é por acaso que se usa esta expressão. Perder a razão é agir sob o ímpeto de uma emoção, seja amor, seja ódio, seja alegria ou tristeza e ficar impedido de criticar os seus próprios comportamentos. É quase sempre neste contexto que surge a violência como forma de retaliação. Ou a exacerbação de sentimentos que conduz inevitavelmente a rupturas, por vezes, bem dolorosas e que deixam marcas para a vida.

O processo independentista catalão tem sofrido de ausência de razão quer da parte do governo catalão, rasgando compromissos constitucionais, desrespeitando leis gerais que estruturam a soberania do Estado espanhol, manipulando emocionalmente multidões, quer do governo central que respondeu a pontapé e à bastonada às provocações que os nacionalistas realizaram.

Ninguém na comunidade internacional consegue reconhecer, no actual contexto histórico e político, a secessão da Catalunha. Ainda por cima, sonhando com a velha República que o franquismo assassinou. Por outro lado, não é exagerado admitir que o esforço catalão para a unidade e soberania espanhola, no que respeita à distribuição de riqueza, é de tal modo importante que não se pode ficar indiferente a maiores anseios de autonomia.

Quer isto dizer que a única via para o conflito que está gerado em Espanha, e que diz respeito a toda a união Europeia, precisa muito mais de razão e muito menos de emoção. Exige sensatez e ponderação. Diálogo e coragem.

Neste momento, percorre-se um caminho sinistro entre os limites do crime de sedição e o desejo de punição. O paradoxo é maior quando são os netos dos homens que viveram a guerra civil, a terrível guerra civil de Espanha, que estão a jogar nos limites da violência. Espero que a História lhes ensine o caminho da concórdia.

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