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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

Páscoa em paz

Este é um tempo de encontros, sobretudo, depois de duas celebrações da Pascoa em apertados confinamentos devidos à pandemia. Nada mais prudente do que retirar o pipo desta panela de pressão com cautela.
17 de abril de 2022 às 07:00
Páscoa
Páscoa Foto: Pixabay

Este ano a Operação Páscoa vai ser mais abrangente. Para além da maior fiscalização e controlo do sistema rodoviário, as forças de segurança decidiram reforçar a vigilância dos espaços noturnos de convívio e diversão. Bem pensado. Talvez se evitem mortes e feridos que habitualmente estão a ocorrer nas conflitualidades noturnas geradas pelo álcool, pelas drogas, pelo exibicionismo da testosterona.

Este é um tempo de encontros, sobretudo, depois de duas celebrações da Pascoa em apertados confinamentos devidos à pandemia. Nada mais prudente do que retirar o pipo desta panela de pressão com cautela.

Na verdade, há uma clara perda da dimensão religiosa da quadra festiva. A globalização, a fácil mobilidade, a produção de uma cultura do efémero, do prazer e da frivolidade é impiedosa para os contemplativos e mitifica o consumo de todos os prazeres, da viagem ao sexo, do álcool e aos excessos de cansaço para aproveitar o máximo do tempo de ócio. Expõe os nossos instintos mais primitivos, oferece-os como atos heroicos e de reconhecimento, aumentando o risco para a segurança e para a vida. As grandes vedetas são aquelas que mais se embebedam, e disso fazem alarde nas redes sociais, aqueles que mais se degradam publicamente, aqueles que desvanecidos pelos consumos exorbitantes de qualquer produto mítico, assumem atitudes e comportamentos que os aproximam, e aproximam amigos, de tragédias preanunciadas.

A festa não é necessariamente a antecâmara da violência. A Páscoa, pela sua natureza histórica, é a festa da liberdade (a Páscoa judaica) e da vitória da Vida sobre a Morte (Páscoa cristã). Por isto mesmo, a festa da paz.

Por tal motivo, caro leitor, aproveite estes dias para reviver a doçura dos tempos que a pandemia amputou, para que a festa, neste tempo tormentoso criado pela guerra, reforce os valores da amizade, do amor e do convívio. DO encontro que não se desencontra. Do abraço que não é agressão. E conduza com cuidado. Não permita que a euforia da pressa estrague a festa que o espera e que tanto deseja.

Boa Páscoa para todos!     

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