
No Seixal, um indivíduo adulto, com quase quarenta anos, raptou e violou uma criança que brincava num parque infantil. Manteve-a sequestrada durante largas horas e acabou por abandoná-la de madrugada. Depois fugiu.
Já na semana anterior tentara proceder de igual forma com outra menina. Porém, a intervenção atempada do pai da jovem impediu que ele consumasse os seus intentos predadores.
Setenta e duas horas após a fuga foi detido. Um popular reconheceu-o através de uma fotografia dele, publicada no Correio da Manhã, alertou as autoridades e rapidamente foi preso pela PSP:
Acabou-se a história. Acabou? Bom, para os mais ligeirinhos no pensar, a Justiça vai funcionar, o violador vai ser condenado e não se volta a pensar no assunto. No entanto, se ficarmos um pouco mais atentos, veremos que o Estado se demite daquilo que é essencial. Em primeiro lugar, não quer saber dos danos traumáticos que esta vítima vai arrastar durante muito tempo ou, possivelmente para toda a vida. A recuperação desta menina não se resolve com uma compensação material. Obrigaria a apoio psicológico intenso para recuperar a sua segurança, a autoestima, a possibilidade de ultrapassar este momento tão radical e trágico da sua vida. E falo desta menina para, através dela, falar de todas as crianças que das mais variadas formas foram vítimas de abusos sexuais. Conformarmo-nos com a prisão do criminoso é pouco. Muito pouco para reparar os danos causados.
Por outro lado, a condenação do violadores (dos violadores) não é suficiente. Sobretudo daqueles que se sabe que sofrem de patologias resultantes de comportamentos aditivos. Cumpre cinco ou seis anos de prisão efectiva e regressam ao convívio social para continuarem a ser predadores. Não há prisão perpétua em Portugal. Por esta mesma razão deveria ser obrigatório tratar clinicamente estes indivíduos. Recuperá-los de forma a parar de vez com a ameaça de novos crimes. Num País justo seria assim.
CORRESPONDÊNCIA:
Sebastião Martins, Lisboa
‘Gostava de saber a sua opinião sobre a acusação contra o Benfica no caso E-Toupeira. (…) É uma vergonha ver que ganharam campeonatos graças a ajuda de funcionários judiciais’
Como é sabido sou sportinguista. Porém, não sofro nem de clubite, nem sinto prazer por ver o Benfica nestas andanças. Espero que os tribunais sejam justos e que a lei se cumpra. Sendo assim, não tenho qualquer razão para condenar seja quem for. Ser acusado, não significa ser culpado. É um ponto de vista sobre factos eventualmente criminosos. O Benfica irá reagir seguramente. Depois chegará a hora do julgamento e aí, como acontece em sociedades civilizadas, logo se saberá se é culpado ou inocente. Até lá, é apenas foguetório e justicialismo sem regra.
Vanda Guimarães, Elvas
‘O presidente de Pedrogão Grande foi arrasado pela TVI por causa da reconstrução de casas. Vergonhosamente não foi capaz de explicar por que algumas vítimas foram tratadas como filhos e outras como enteados. Ainda por cima é um ex-PJ.’
Segundo soube pela comunicação social, julgo que o Presidente da Câmara terá pedido ao Ministério Público que investigasse os factos denunciados. Era um dever que se impunha para dar sentido a possíveis injustiças no meio de toda a tragédia que destruiu bens e vidas humanas. Não fez mais do que o seu dever. Esperemos que a Justiça seja célere e esclareça de vez esta situação.