
Falar mal do próximo é atualmente a prática mais comum. O escárnio e o ataque gratuito, seja em relação a um familiar, amigo, ou colega de profissão, já há muito que se conseguiu sobrepor ao elogio e à frontalidade.
São pessoas como a atriz Maria Vieira, uma figura de proa no mundo da representação, que promovem e tornam viral a pandemia.
As gargalhadas que em tempos me provocava, fruto de um talento inquestionável, têm-se gradualmente transformado em tristeza e ao mesmo tempo estupefação, graças à inclemência com que ataca os outros, na maior parte das vezes sustentada em critérios frágeis e desajustados.
Depois de figuras como Ana Bola, Diogo Morgado, Dolores Aveiro, Salvador Sobral, Marcelo Rebelo de Sousa, entre outras, a última vítima da atriz nas redes sociais foi Eduardo Madeira, outro grande nome da ficção e do humor nacionais.
Não vou perder tempo a adjectivar a verborreia de Maria Vieira, quase sempre vertida através das redes sociais e, segundo rumores cada vez mais sólidos, pensada por terceiros.
Fico com a clara sensação de que quando acorda, a sua primeira introspecção começa logo com a seguinte pergunta: De quem vou falar mal hoje? Gostaria de ler, ver e ouvir a Maria Vieira a falar mais de si, dos seus projetos, ao invés, de ficar intoxicado com textos impregnados de veneno.
A vida tem-me ensinado que o maledicente sofre de profunda inferioridade, não suporta o brilho das outras pessoas. Por não ter luz própria, só consegue brilhar roubando a luz dos outros. É tempo de parar Maria Vieira. A sua arte, a arte que a celebrizou, é tudo menos a de falar mal.