
Não obstante a polémica em torno do vídeo-árbitro, estou longe de mudar de opinião sobre as vantagens que o novo sistema aporta. Na ressaca de mais uma jornada marcada por alguns lances polémicos, voltam a fazer-se ouvir, com estrondo, as vozes da discórdia sobre a eficácia do vídeo-árbitro.
Como qualquer projeto em crescimento ainda apresenta algumas falhas, mas não tenho dúvidas em reconhecê-lo como um verdadeiro aliado da verdade desportiva. Portugal foi um dos 6 países escolhidos para a fase de testes do vídeo-árbitro e nessa altura, conhecedor da língua afiada e da facilidade com os adeptos e comentadores televisivos atiram as culpas para a arbitragem, não tive dúvidas sobre o caminho tortuoso que a nova tecnologia haveria de ter de passar.
As falhas irrefutáveis do vídeo-árbitro; os erros (humanos) dos árbitros não devem, não podem servir para funcionar, tal como disse esta semana Fontelas Gomes, o presidente do Conselho de Arbitragem, como "um fator de clivagem" entre os vários agentes do futebol.
Na CMTV acompanhamos semana, após semana, os jogos de Benfica, FC Porto e Sporting e sempre que estou a coordenar essas emissões fico com a clara sensação de que o futebol corre o sério risco de perder a magia que aglutina multidões, não devido às lacunas do vídeo-árbitro, que obviamente tem de ser resolvidas, mas sobretudo devido à guerra de palavras de quem deveria dar o exemplo.
Chegou a hora de colocar um ponto final no clima de suspeição que se vive na arbitragem em Portugal. Apitar um jogo de futebol não é de todo uma tarefa fácil e acima de tudo é tempo de aprender a viver e a respeitar quem se engana. Errar é humano.