
"Os portugueses são adultos e entendem que os governos não têm varinhas mágicas". A frase pertence ao Primeiro-Ministro António Costa e foi proferida ao mesmo tempo que o fogo, inclemente, matava e destruía casas e bens no pior dia de incêndios florestais em Portugal. Esta era a última coisa que esperava ver e ouvir na régie. O relógio marcava as 03h10, quando a CMTV colocou um ponto final na emissão especial dedicada ao inferno que voltou a deixar marcas profundas e as palavras de António Costa apenas serviram para aumentar ainda mais o meu sentimento de luto pela morte de 41 pessoas (à hora de fecho desta crónica) e a angústia das 71 que ficaram feridas devido às chamas. Defendo que o problema dos fogos não deva ser utilizado como arremesso político. Repudio todo e qualquer aproveitamento desta tragédia para fins eleitoralistas mas, ainda assim, não consigo ser indiferente à frieza do líder do partido socialista. António Costa teria com certeza outro discurso se, naquela noite, estivesse, ali, sentado ao meu lado. As imagens que chegavam de Tondela, Penacova, Sertã, Gouveia, entre outras regiões, traziam consigo o choro, o pânico e a frustração de quem havia acabado de perder quase tudo. Àquela hora, a Protecção Civil confirmava a morte de 4 pessoas mas não foi preciso esperar pela confirmação para perceber que o número de vítimas iria aumentar. Em Tondela, o repórter José Luís Oliveira era obrigado a fugir do fogo e o relato do que os seus olhos iam observando foi impressionante. O desígnio de todos aqueles que amam o seu País não aceitam a preleção de António Costa. Provavelmente, a esta hora, nem ele próprio se sentirá confortável com parte do que disse. Por outro lado, embora tenha sido por demais assertivo na forma como garantiu a réplica da tragédia, acredito que o chefe do governo tem intenções de inverter o filme de terror que nos persegue há décadas. E não Sr. Primeiro-Ministro. Não é preciso nenhuma varinha mágica. Com a dose certa de coragem-num país onde o poder financeiro claramente ainda se sobrepõe ao político- e o investimento sério em reformas jurídicas e de prevenção, o fogo vai deixar de matar inocentes.
Esta era a última coisa que esperava ver e ouvir na régie. O relógio marcava as 03h10, quando a CMTV colocou um ponto final na emissão especial dedicada ao inferno que voltou a deixar marcas profundas e as palavras de António Costa apenas serviram para aumentar ainda mais o meu sentimento de luto pela morte de 41 pessoas (à hora de fecho desta crónica) e a angústia das 71 que ficaram feridas devido às chamas.
Defendo que o problema dos fogos não deva ser utilizado como arremesso político. Repudio todo e qualquer aproveitamento desta tragédia para fins eleitoralistas mas, ainda assim, não consigo ser indiferente à frieza do líder do partido socialista. António Costa teria com certeza outro discurso se, naquela noite, estivesse, ali, sentado ao meu lado.
As imagens que chegavam de Tondela, Penacova, Sertã, Gouveia, entre outras regiões, traziam consigo o choro, o pânico e a frustração de quem havia acabado de perder quase tudo. Àquela hora, a Protecção Civil confirmava a morte de 4 pessoas mas não foi preciso esperar pela confirmação para perceber que o número de vítimas iria aumentar. Em Tondela, o repórter José Luís Oliveira era obrigado a fugir do fogo e o relato do que os seus olhos iam observando foi impressionante.
O desígnio de todos aqueles que amam o seu País não aceitam a preleção de António Costa. Provavelmente, a esta hora, nem ele próprio se sentirá confortável com parte do que disse. Por outro lado, embora tenha sido por demais assertivo na forma como garantiu a réplica da tragédia, acredito que o chefe do governo tem intenções de inverter o filme de terror que nos persegue há décadas.