
Depois de perder a liderança para a SIC a TVI, que tem uma nova directora de Programas (Filipa Garnel), luta neste momento para manter e consolidar o segundo lugar nas audiências. Reitero o que amiudadas vezes escrevi neste espaço sobre a falta de discernimento, as apostas erradas e o desnorte que os responsáveis da estação de Queluz de Baixo têm assumido nos últimos tempos.
Com a RTP a morder os calcanhares a fuga faz-se para a frente e com o recurso a repetições. Veja-se o que aconteceu no último domingo, dia 19 agosto. Para tentar combater a liderança cada vez mais consolidada da SIC o trunfo acabou por resumir-se à reposição da série ‘37’.
Transmitida originalmente em 2010, a série ‘37’ foi produzida pelo autor brasileiro Rui Vilhena e a trama envolve um serial killer. Do elenco figuram nomes sonantes como Pedro Granger, João Reis, Pedro Carmo, Cucha Cavaleiro, José Boavida (já felecido) e Isabel Abreu.
Os números falam por si. O "enlatado" recuperado do baú pela TVI registou um share de 8,5 % contra os 24, 6 % de ‘Não há crise’ (SIC). Muito pouco atrevimento para aquele que é considerado o período mais importante do dia em termos de consumo televisivo.
Os tempos continuam a ser difíceis para a estação de Queluz de Baixo. Do primeiro mês de liderança de Filipa Garnel, ainda com margem de manobra para explanar as suas ideias, fica a certeza de que a RTP passou a ser uma ameaça e o fosso para a SIC torna-se cada vez maior.
As repetições, os reality-shows e a falta de inquietação não são de todo a fórmula do sucesso para quem aspira poder voltar a liderar a televisão em Portugal.