
No último domingo, dia 7 de abril, o programa ‘Levanta-te e Ri’ fez com que a SIC chegasse a ter setenta e sete vezes mais espectadores do que a RTP 1. No final da emissão o formato de stand up comedy tinha 350 mil pessoas coladas ao ecrã, contra apenas 4400 que viam a essa hora o filme Al Berto no canal do estado.
Uma das estratégias mais inteligentes levadas a cabo pelo diretor de programas da SIC, Daniel Oliveira, foi ter recuperado o programa ‘Levanta-te e Ri’ com a convicção inabalável que, no futuro, iria conseguir alcançar bons resultados em termos de audiência. Os domingos nunca mais foram os mesmos.
O regresso experimental à antena, em outubro de 2018, com honras de transmissão televisiva especial, foi a confirmação do potencial de um formato que estava na gaveta há 12 anos. No dia 7 de outubro, com o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, à pinha, a SIC deixou para trás a concorrência e conseguiu com ‘Levanta-te e Ri’ arregimentar cerca de 848 mil e 500 espectadores.
É sempre fácil aplaudir ou acarinhar um projeto, seja ele qual for, depois de o mesmo ter sucesso. Difícil é ter a coragem, tal como Daniel Oliveira, em apostar num programa que foi fechado a sete chaves no baú das memórias da estação de Paço de Arcos.
Já o havia escrito em relação ao programa ‘Separados pela Vida’, produto de enorme sucesso apresentado por Duarte Siopa, na CMTV, e faço eco dessas palavras agora : os afetos, a emoção e a genuinidade são a fórmula do sucesso para qualquer projeto de entretenimento.
No último domingo, em Santarém, as tiradas geniais de Marco Horácio sobre Bruno de Carvalho, as polémicas relacionadas com o governo de António Costa e até mesmo as incidências do último clássico entre Sporting e Benfica foram capazes de me roubar um sorriso, algo que já não acontecia há muito tempo durante o habitual zapping pelos canais nacionais.
Em televisão, tal como na vida, temos de nos saber reinventar. Seguir em frente sem nunca abandonar os bons exemplos, as memórias felizes e as vitórias do passado
A história da televisão em Portugal está pejada de exemplos de programas que fracassaram não obstante os milhares de euros investidos em cenários, realização, produção e pós-produção. Com o ‘Levanta-te e Ri’ bastam duas coisas: humoristas talentosos e uma plateia sedenta de boa-disposição.