
O vídeo, no qual David Carreira e mais duas pessoas da sua equipa técnica tinham sido alegadamente detidos pela polícia, nos Estados Unidos, chegava ao meu e-mail. Faltavam poucos segundos para o arranque de mais um episódio do 'FLASH!Vidas', na CMTV e a confirmação da informação, que em poucos minutos se tornou viral nas redes socais, iria obrigar a uma mudança radical do alinhamento do programa.
Em declarações à imprensa, Joana Sousa, a manager do filho de Tony Carreira confirma a detenção por falta de documentação obrigatória para se realizarem as filmagens em território americano.
A bom tempo, manteve-se o alinhamento, a abertura não foi a detenção de David Carreira que se traduziu numa rotunda mentira da manager e, em simultâneo, numa jogada de marketing e enaltecimento do cantor.
Depois de muitos telefonemas que nunca foram retribuídos enviei uma SMS à Joana Sousa para confirmar a notícia. Estou à espera de uma resposta até ao momento em que escrevo estas linhas. Ainda faço parte do lote dos jornalistas que não se deixa levar pela verborreia que entope as redes sociais e deturpa a realidade, descaracterizando o mundo em que vivemos.
A mentira que Joana Sousa transmitiu aos órgãos de comunicação social não pode passar impune e muito menos deve deixar de ser denunciada e reprovada. Mentir aos jornalistas é o mesmo que mentir a milhões de pessoas que veem televisão e leem jornais e revistas e jornais, seja em formato de papel ou digital.
A verdade é um valor que nos deve nortear a todos enquanto profissionais e cidadãos. Não pode valer tudo para promover um artista, um álbum ou um projecto musical. Quem também não fica bem na fotografia é David Carreira ao criticar os media porque não souberam escolher bem as fontes e confirmar os factos. O que quer dizer afinal o artista? Que os jornalistas não podem aferir como verdade as declarações da própria manager?
Na realidade as boas campanhas de marketing são fundamentais nos dias que correm. Não basta apenas ser artista, ou um dos filhos de Tony Carreira. Mas, aquilo que não faz sentido, é conceber uma jogada de marketing amoral e enganar meio mundo.
A mentira não compensa, seja qual for o objectivo. E não, não me venham dizer que, em todo este processo a Joana Sousa e o David Carreira foram apenas génios criativos que distorceram a realidade através de um registo cómico e inocente. Mentir é uma falta de respeito e a criatividade neste caso foi a última das prioridades.