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Carolina Deslandes responde a ataque de Fernando Tordo com tributo aos músicos portugueses: "Trabalho de suor, entrega e devoção"

A cantora revoltou-se contra a opinião do veterano colega de profissão que havia assinalado que "90% do que ouvimos é para atrasados mentais", tendo este já apresentado um pedido de desculpas e deixado uma promessa aos seus pares da indústria musical.
17 de janeiro de 2022 às 13:59
Dino D'Santiago, cantor Foto: Instagram
Agir, cantor Foto: Instagram
D.A.M.A., Banda, Miguel Cristovinho, Kasha, Miguel Coimbra Foto: Instagram
Bárbara Bandeira, cantora Foto: Instagram
Bárbara Tinoco, cantora Foto: Instagram
Fernando Daniel, cantor Foto: Instagram
Irma, cantora Foto: Instagram
Sara Correia, fadista Foto: Instagram
Capicua, rapper Flash
Jimmy P, rapper Flash
Slow J, produtor e rapper Flash
Pedro Mafama, cantor Flash
Rita Vian, cantora Flash
Jüra, cantora Flash
Julinho Ksd, rapper Flash

Carolina Deslandes elaborou uma homenagem à nova geração de músicos portugueses, através de uma publicação feita nas suas redes sociais, onde descreve aquele que foi o caminho que teve que trilhar e o esforço requerido para chegar longe na indústria, em resposta às declarações do colega de profissão Fernando Tordo.

O músico de 73 anos desferiu um feroz ataque às atuais sonoridades lusas durante a sua entrevista ao podcast ‘Posto Emissor’, da Blitz: "Atualmente 90% do que ouvimos [na música portuguesa] não tem qualquer dignidade. É uma coisa para atrasados mentais. Salvo raras e honrosíssimas exceções, o que temos, na maioria, é gente que não cresce porque não ouve, porque não aprende. Têm que aprender. A minha geração aprendeu", criticou o veterano.

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No extenso texto de Carolina Deslandes, esta começou por apontar: "Quando comecei a fazer concertos, a minha geração não recebia uma m*rda. Éramos ‘a nova escola’ e ainda tínhamos muito terreno para pisar. Vivíamos numa indústria onde os grandes nomes eram os mesmos há anos, com muito mérito, talento e história, mas onde havia muito pouco espaço para entrar quem quer que fosse. Foi um trabalho conjunto, este de posicionar a nova geração."

"Um trabalho de anos, de suor, de entrega, de devoção a um país que amamos e levamos connosco. Um trabalho, muitas vezes inspirado nos mais velhos que ouvimos desde pequenos. É preciso talento para escrever e para compor, mas é preciso ainda mais talento para SER. E ser não é ser bem-sucedido, é ser bom. Boa pessoa, bom amigo, bom colega", continuou a cantora de 30 anos, rebatendo depois diretamente a opinião de Fernando Tordo: "É também preciso ser bom cidadão, e ter noção que usar ‘atrasados mentais’ como ofensa devia ser crime. Ainda assim, os momentos infelizes superam-se e retificam-se com um pedido de desculpas. Porque ser bom colega também é perdoar."

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Para rematar, Carolina Deslandes aponta ainda o dedo à publicação e assinalou as dificuldades causadas pelo período pandémico na carreira dos artistas: "Em vez de estar a publicar uma notícia de uma revista de fofocas que acha que é de música, que só dá espaço a quem quer dizer mal de tudo, e a citar nomes de autores, vou só dar aqui alguns exemplos de colegas extraordinários que tenho. Faz-se muito boa música em Portugal. E faz-se de boa gente. Depois de dois anos de lama, estamos todos a tentar limpar a cara e os sapatos, e o que é promovido é o desrespeito. Aqui promove-se a música."

Junto à publicação, a autora de ‘A Vida Toda’, acrescentou várias fotografias de músicos jovens ou em ascensão na música portuguesa, incluindo vários com os quais inclusive já colaborou. No rol estão Agir, Fernando Daniel, Bárbara Bandeira, Irma, Bárbara Tinoco, D.A.M.A, Sara Correia, Dino D’Santiago, Rita Vian, Capicua, Jimmy P, Julinho KSD, Jüra, Pedro Mafama e Slow J.

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A mensagem foi depois sublinhada na caixa de comentários por vários destes artistas: Dino D’Santiago refere "um antes e depois de Carolina Deslandes na música portuguesa", enquanto que Jimmy P apelou à união entre os artistas e Pedro Mafama enviou "um forte abraço" à cantora. Estas críticas da lisboeta não foram virgens, dado que já Hélio Morais, músico português conhecido principalmente pelo seu trabalho enquanto baterista dos Linda Martini, havia referido num tweet: "Quase tenho vergonha de um dia ter feito uma versão de uma música sua. Quanta falta de noção, conhecimento e respeito por pessoas neurodiversas."

Após a chuva de críticas, o próprio Fernando Tordo já pediu desculpa pelas declarações, através da sua conta pessoal de Facebook, deixando ainda a promessa de que irá "potenciar o diálogo" com os seus pares: "Um mau momento tem que dar origem a algo construtivo. Apercebi-me da injustiça que as minhas palavras foram para todo um universo de colegas que, tal como eu, trabalham diariamente para levar o seu melhor aos palcos e rádios deste país, principalmente nesta fase tão complicada para todo o setor cultural. Mais do que um pedido de desculpa, quero que este meu erro me leve a construir pontes e a potenciar o diálogo com os meus colegas de profissão. Todos, sem exceção! Semanalmente, vou dar a conhecer as novidades de lançamentos de novos discos ou singles, sugestões de concertos ou eventos culturais, novos projetos e artistas emergentes."

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