Estudo científico atribui à vacina Sputnik V eficácia superior a 91%
Vacina russa contra a Covid-19 mostra resultados animadores após uma dose.
Um estudo publicado na revista científica ‘The Lancet’ revela que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida na Rússia, denominada de Sputnik V, apresenta uma eficácia de 91,6%, número baseado nos casos do novo coronavírus detetados 21 dias após a administração da primeira dose.
Assim, concluíram os autores Ian Jones e Polly Roy, a vacina é segura e poderá juntar-se às da Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech ou Moderna no leque de respostas à pandemia.
A vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, sediado em Moscovo, inicialmente enfrentou várias críticas devido ao seu processo inexplicavelmente acelerado de aprovação, no mês de outubro, incluindo as do reconhecido imunologista norte-americano, Anthony Fauci.
Depois de mais suspeições surgirem em novembro por causa do ‘timing’ dos resultados dos testes, Vladimir Gushchin, membro do laboratório de genética do instituto, pronunciou-se, segundo a New Yorker, dizendo que "é triste de ver. Como se fôssemos uma cambada de cientistas russos loucos que meteram qualquer coisa num frasco e pediram às pessoas para se injetarem."
Facto é que a vacina, cujo nome é uma homenagem ao primeiro satélite artificial terrestre, lançado pela União Soviética em 1957, não parece estar a esbarrar em quaisquer obstáculos nos testes científicos e o seu desenvolvimento tem contado com a ajuda da farmacêutica e "concorrente" AstraZeneca.
Segundo o estudo, a imunidade necessária para a prevenção da doença foi conseguida 18 dias depois da primeira dose da vacina, e, noutros pontos positivos, esta poderá ser armazenada a uma temperatura de 18 graus negativos, algo exequível para uma porção significativa das cadeias de distribuição.