Vacina contra o cancro com a mesma tecnologia usada para combater a covid-19? Alguns cientistas acreditam ser possível
Equipa de cientistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, está a tentar compreender se é possível aplicar a tecnologia mRNA, que teve sucesso contra o novo coronavírus, em pacientes oncológicos.
Uma equipa de cientistas na Universidade de Duke, no estado norte-americano da Califórnia do Norte, está a investigar se uma vacina contra o cancro poderá ser desenvolvida através da mesma tecnologia de mRNA (ácido ribonucleico mensageiro) aplicada nas vacinas para a covid-19, de acordo com o ‘Daily Mail.’
Esta investigação vem no sentido de tentar compreender de que forma é possível incorporar a tecnologia mRNA em várias outras dimensões de tratamentos, depois de ter sido bem-sucedida na luta frente ao novo coronavírus.
Zach Hartman, professor assistente de imunologia da universidade carolinense, referiu à WGHP que, caso as conclusões sejam positivas, podemos estar perante uma mudança decisiva: "Se conseguirmos usar isto para tratamento clínico do cancro, pode mudar tudo. Lembro que as pessoas esperavam que uma vacina de sucesso iria trazer imunidade protetora para 50% dos pacientes, mas as duas primeiras vacinas mRNA resultaram em 90% de proteção, um feito memorável."
A utilização da vacina mRNA para o cancro da mama está em ensaios clínicos de fase II, a ser testada em 39 mulheres, prevendo-se que os resultados sejam conhecidos no final do ano. Até à data, apenas uma vacina contra o cancro da próstata foi aprovada nos Estados Unidos, e é feita especificamente à medida de cada paciente, com o intuito de prolongar a vida de doentes em fase terminal.
Contudo, importa referir que a ideia de que uma vacina poderá funcionar contra o cancro na sua generalidade é ainda divisiva entre os cientistas, com muitos a serem céticos em relação a essa possibilidade, até por o cancro não ser causado por um vírus, mas sim por alterações celulares.