
James Cameron mergulhou 33 vezes para ver de perto os destroços do Titanic, o navio que em 1912 afundou na sua primeira viagem, numa tragédia que o realizador retratou naquele que é um dos filmes mais icónicos da história do cinema.
Foi precisamente para observar o que resta do Titanic que cinco homens partiram no submersível Titan e não voltaram, com o veículo a ter implodido a meio da aventura.
A expedição foi da responsabilidade foi da empresa Ocean Gate, cujo CEO, Stockton Rush, se encontrava dentro do Titan, e que James Cameron agora aponta o dedo por não providenciar a segurança necessária aos seus passageiros.
"Eles não tentaram receber um certificado porque sabiam que não iam passar. Eu suspeitava muito da tecnologia que estavam a usar. Eu não teria entrado naquele submersível", referiu à BBC o cineasta que alega ter enviado uma carta à empresa, dizendo que estavam a "caminhar em direção à catástrofe".
Já em declarações à ABC News, o experiente realizador frisou as semelhanças que encontrou com a tragédia que celebrizou no grande ecrã em 1997: "Eu estou estonteado pela parecença com o próprio desastre do Titanic, onde o capitão foi repetidamente alertado sobre o gelo que estava à frente do seu navio e mesmo assim navegou a todo o gás contra um campo de gelo numa noite escura".
"Haver uma tragédia semelhante, na qual os avisos foram ignorados, a acontecer exatamente no mesmo lugar, penso que é inacreditável e surreal", concluiu o canadiano de 68 anos, que diz que um dos falecidos, Paul-Henry Nargeolet, era um seu amigo de longa data, por fazerem parte da mesma pequena comunidade de mergulhadores.