O mundo em 2025: Amor, tragédia e aceitação. O ano do pesadelo de Rute Cardoso, que se reergue em nome de Diogo Jota e dos filhos
Em 2025, Rute Cardoso viveu o melhor e aquilo que nunca conseguirá superar totalmente. Do casamento, dos primeiros meses de vida da filha ao inferno de perder o seu parceiro de vida, a viúva de Diogo Jota foi forçada a uma descida aos infernos, de onde tenta sair, alavancada por todo o amor à sua volta.Em algum momento de toda esta história, Rute Cardoso deverá ter pensado: quero acordar deste pesadelo. Quero acordar e perceber que tudo não passou disso, de um pesadelo, e que está tudo bem. Só que já não estava. O sonho que vivera até então já era outro.
No início de 2025, seria difícil para Rute Cardoso não acreditar que a vida lhe sorria. Tinha sido mãe há poucos meses da pequena Mafalda, a tão desejada menina a preencher uma casa casa de rapazes, preparava o casamento dos seus sonhos com o amor da sua vida e, pelo meio, havia ainda as viagens que ela e Diogo Jota tanto apreciavam e que era uma lufada de ar fresco numa agenda de afazeres do futebolista, que nem sempre tinha tempo para se ausentar. Meses antes do casamento, foram à Finlândia, onde viveram momentos únicos, assistiram ao fenómeno mágico de uma aurora boreal, faziam planos, dividiam-se, sempre que era possível entre Liverpool - um amor recente que os recebeu de braços abertos - e Gondomar, de onde ambos são naturais, e que os uniu na juventude. Tudo parecia perfeito, até que no início de julho, o mundo despertou com a notícia que ninguém queria ouvir: Diogo Jota e o irmão, André Silva, tinham perdido a vida num brutal acidente de automóvel em Espanha, quando iam a caminho de Inglaterra.
O mundo ficou em choque, mas para Rute o pesadelo estava apenas a começar. Tinha, de repente, tudo e todos a seu lado, menos a única pessoa que queria, mas foi talvez esta avalanche de apoio, e os três filhos, que precisavam de si e que a lembravam diariamente que a vida tinha de continuar, que a deixaram presa ao decorrer dos dias.
De um momento para o outro, deixou Liverpool. Não foi um adeus definitivo, mas um até já, uma necessidade de quem não se conseguia manter à tona sozinha, precisava do apoio dos seus. Mudava-se, então para casa da irmã, em Gondomar, onde passava a respirar um dia de cada vez, por vezes de hora em hora, sempre com o amor pelo marido, Diogo Jota, a mantê-la à tona. Entre homenagens e a continuação do seu legado, foi tantas vezes esta ligação que não deixou que a viúva 'afundasse' e foi também nos eventos relacionados com o futebolista que lhe vimos novamente o sorriso, ainda que ténue.
Talvez a passar por uma altura não de paz, mas de uma maior aceitação, Rute mostra-se determinada a criar os três filhos com a memória do pai presente e no último fim de semana, a selar o ano, um momento comovente ficaria para a história: Rute voltaria a Anfield, em Liverpool, para ver os filhos entrarem em campo com os colegas do pai no jogo frente ao Wolverhampton (equipa onde Jota também jogou em Inglaterra). "Do fundo do meu coração, obrigado ao clube e a todos os adeptos pelo carinho, respeito e apoio demonstrado durante este momento incrivelmente difícil. As vossas mensagens e gestos significaram mais do que as palavras podem expressar", escreveu nas redes sociais, numa publicação que gerou uma onda de comoção geral.
Os regressos a Inglaterra têm sido frequentes, não apenas para Rute tratar de questões pendentes, mas também porque Liverpool será sempre uma casa de memórias felizes para a viúva de Diogo Jota que, ao lá voltar, mantém também vivos esses tempos e criará os filhos a dar-lhes também uma sensação de aquela casa continuará a ser sempre deles.