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Um ano de guerra na Ucrânia e de luta contra Putin. Os escândalos, as polémicas da vida privada, os mistérios e as retaliações que o presidente russo não esperava

Vladimir Putin queria uma ação rápida na Ucrânia mas até agora nada correu como esperava. A família está a ser perseguida, a saúde poderá estar a trai-lo e há um inimigo à espreita. E pelo meio há ainda muitas histórias cujo desfecho é desconhecido.
Por Amarílis Borges | 23 de fevereiro de 2023 às 23:50
Vladimir Putin Foto: getty images
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Vladimir Putin Foto: Reuters
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Vladimir Putin Foto: Reuters
Vladimir Putin Foto: Reuters
Vladimir Putin Foto: Reuters
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Quando a 24 de fevereiro de 2022 Vladimir Putin anunciou a invasão à Ucrânia como uma "operação militar especial" deixou o mundo a temer pelo país de 43,7 milhões de pessoas, que estava prestes a enfrentar a Rússia, uma potência militar com 143,4 milhões pessoas. Um ano depois, o presidente russo parece mais cercado que nunca, com um novo inimigo no Kremlin e com a família a sofrer represálias pela guerra, nem mesmo a alegada amante escapa às sanções.

Para Putin, 2022 ia ser o ano em que o antigo espião russo ia celebrar os 70 anos de idade e os 22 anos em que está no poder com novas conquistas. Em vez disso, Putin viu os Estados Unidos e a União Europeia responderem à guerra com sanções económicas contra a Rússia e sanções individuais contra os seus cidadãos, incluindo o próprio presidente, oligarcas e políticos do seu círculo mais próximo.

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O golpe mais direto contra o presidente russo aconteceu no início de abril, depois do massacre de civis em Bucha, em que pelo menos 300 mortos foram encontrados na cidade ucraniana. Washington colocou sanções severas contra a Rússia e decidiu ir mais longe ao incluir neste pacote de medidas Maria Vorontsova, de 37 anos, e Katerina Tikhonova, de 36, filhas do presidente e Lyudmila Ocheretnay, com quem ele foi casado por 30 anos. O Reino Unido e a União Europeia seguiram esta mesma medida dias depois.

Maria e Katerina têm acesso a projetos que respondem diretamente ao governo russo. A mais velha chefia investimentos no setor da saúde através da empresa Nomenko. E a filha mais nova de Putin e Lyudmila está à frente de um fundo de apoio a jovens cientistas. Só a ex-mulher do presidente russo continua a escapar das sanções dos EUA e da UE, embora já tenha sido incluída no pacote de sanções do Reino Unido.

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Lyudmila casou em segredo em 2015 com Artur Ocheretny, um aficionado do triatlo 20 anos mais novo do que a mulher, e desde então tem aumentado o seu património imobiliário com mansões em Moscovo, Marbella, Davos e Biarritz. No entanto, de acordo com uma investigação do Politico, a ex-primeira-dama russa tem pressa em desfazer-se de uma casa de luxo em Marbella antes que a UE lembre de lhe tirar acesso ao seu património.

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O mesmo não acontece com Alina Kabaeva. A alegada amante de Putin, que já poderá ter cinco filhos com o presidente russo, foi alvo de sanções em agosto por ser "a atual chefe do National Media Group, um império pró-Kremlin de organizações de televisão, rádio e imprensa escrita", lê-se numa declaração do Departamento do Tesouro. O Ministério dos Negócios Estrangeiros inglês, por sua vez, defende que ela é "uma das pessoas que ajudam a sustentar o estilo de vida luxuoso" de Vladimir Putin. Oficialmente, o presidente russo tem "apenas ativos modestos".

A ex-ginasta Alina Kabaeva, a suposta namorada de Vladimir Putin Foto: Getty Images

Por quase 15 anos, o romance de Alina com o presidente russo foi mencionado como um rumor. Mas Washington parece levar a relação a sério e justificou as sanções contra a ex-ginasta afirmando existir "uma relação próxima com Putin".

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O PERIGO DE PRIGOZHIN

Yevgeny Prigozhin é hoje um dos nomes mais sonantes na guerra na Ucrânia. O fundador da organização mercenária russa Grupo Wagner tornou-se conhecido nos anos 1990 depois de ter aberto um luxuoso restaurante em São Petersburgo, visitado pela elite política, incluindo o então vice-presidente da câmara, Vladimir Putin. Não demorou para que o seu serviço de catering, Concord, fosse responsável por contratos exclusivos para eventos oficiais, onde o empresário criou laços com os membros do governo russo.

Yevgeny Prigozhin Foto: Cofina Media
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Foi ali que Prigozhin recebeu a alcunha de "o cozinheiro de Putin". Mas outra parte do seu passado explica melhor quem é o homem de 61 anos. Muito antes de conquistar a elite russa com os seus cozinhados, Prigozhin cumpriu nove anos de pena por fraude, roubo e ligação a uma rede de prostituição de menores.

Recentemente, o investigador francês Maxime Audinet descreveu Prigozhin como um "empresário da violência - uma figura que vem de um passado criminoso e que sempre usou violência retórica e física para defender seus interesses", disse, citado pela 'France 24'.

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Para o especialista, Prigozhin quer aproveitar a recente fama para ocupar o lugar de líder dos ultranacionalistas, posição que ficou vazia no ano passado após a morte de Vladimir Zhirinovsky. "Esta parte do espectro político russo é uma grande promessa para a era pós-Putin". Mas o empresário nega qualquer ambição política - assim como negou durante anos a sua ligação com o Grupo Wagner e com uma "fábrica de trolls" que supostamente interferiu nas eleições dos Estados Unidos. No ano passado, ele reconheceu estas duas suspeitas.

A grande surpresa de Prigozhin nos últimos meses está relacionada com as suas polémicas declarações contra o Ministério da Defesa russo. Ainda esta semana, o empresário acusou o ministro Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, de "traição", culpando-os pela escassez de munições nas tropas do Grupo Wagner, que está na linha da frente em Bakhmut, na região ucraniana de Donetsk. Tais críticas públicas eram reservadas só a Putin.

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A SAÚDE DE PUTIN

A saúde de Vladimir Putin, de 70 anos, é um tema envolto em mistério há anos. O Kremlin não divulga qualquer informação sobre o estado do presidente, nem mesmo quando os documentos mostram que o líder russo aumentou de cinco para nove o número de médicos na sua comitiva, passando em 2019 a incluir anestesistas, um neurocirurgião, um especialista em doenças infecciosas e um médico intensivista, segundo uma investigação do jornal 'Proekt'.

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Além de rumores sobre uma lesão antiga na coluna e um cancro na tiróide, o 'Daily Mail' noticiou em novembro que Putin pode estar a enfrentar outros dois cancros. A informação consta num email de um funcionário da inteligência russa, que revela outra doença.

"Posso confirmar que ele foi diagnosticado com doença de Parkinson em estágio inicial, mas que já está a progredir. Este facto será negado de todas as formas possíveis", diz o email. "Em seu círculo próximo há rumores de que, além do cancro do pâncreas, que está a espalhar-se gradualmente, ele também tenha cancro da próstata".

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O diretor da CIA, Bill Burns, seguiu a resposta do Kremlin e disse que Putin está saudável, mas ironizou: "Demasiado saudável".

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