
Há três anos que a vida de Ivo Lucas sofreu uma volta completa, quando, a 5 de dezembro de 2020, perdeu a namorada, Sara Carreira, num trágico acidente em que ele era o condutor. Os seus dias nunca mais foram os mesmos e os mais próximos não têm dúvidas de que o ator, com uma personalidade naturalmente discreta e reservada, se isolou ainda mais na sua dor.
A isso somou-se ainda a longa batalha judicial que enfrentou a propósito da namorada e que atrasou o processo de luto, isolando-o mais na sua bolha, em que permite que muito poucas pessoas entrem. No meio desse turbilhão de emoções, o ator acabaria por se apaixonar por Joana Aguiar, num romance que lhe salvou a vida. Os dois estão juntos há cerca de dois anos e tem sido a atriz a 'aguentar o barco' nos momentos mais difíceis, com o seu apoio a ser fundamental para Ivo Lucas.
Mesmo quando todos lhe viraram costas ou ficaram à margem para não tomar partidos numa questão tão delicada, a namorada manteve-se firme, de uma forma discreta e sempre na sombra, aconselhando Ivo Lucas relativamente aos passos a tomar, e sendo decisiva para o bem-estar anímico do ator.
Ainda assim, e apesar de o romance ser do conhecimento público, os dois continuam a manter a postura de não o divulgar aos olhos dos fãs. Recentemente, por exemplo, embarcaram numa viagem romântica para o Brasil, mas não publicaram nenhuma fotografia a dois. No entanto, acabaram por ser denunciados pelo filho de Cláudia Raia, Enzo Celulari, que divulgou uma imagens do casal, enquanto passeava por um ponto turístico do Rio de Janeiro. "Casal querido explorando o Rio de Janeiro da melhor forma", escreveu na legenda.
A DOR E MÁGOA DE FERNANDA ANTUNES
Ao longo dos últimos anos, tem sido igualmente difícil para Ivo Lucas gerir todo o processo que envolveu a trágica partida de Sara Carreira, nomeadamente a relação com os pais da jovem.
Em tribunal, onde o caso foi mais esmuiçado, a dor de Tony e Fernanda Antunes era tocante e foi de lágrimas nos olhos que a mãe de Sara falaria de como nunca irá perdoar aqueles que viraram costas à filha no momento em que ela mais precisava.
"Ninguém está a ter respeito pela minha filha. Abandonaram-na, deixaram-na. Para mim, acabaram com a minha vida, mas o que é que posso fazer? (…) Todas as pessoas pedirem desculpa não vai mudar a vida delas, o que é que vai acontecer? Nada. O que acontece é que a minha filha, aos 21 anos, não teve o direito de ser feliz nesta vida, de poder estar aqui", explicou à 'TV7 Dias' no decorrer do processo, referindo-se ao facto de Ivo Lucas ter sido encontrado não junto ao corpo de Sara mas a deambular pela autoestrada.
Tony Carreira, por sua vez, condenaria a postura dos vários arguidos no processo que se escudaram na amnésia relativamente ao dia da morte da filha. "Quando isto acabar quero que sigam a sua vida. Não estarei em sede de recurso novamente aqui. Não há nada que possa fazer para que a minha filha volta, mas procurava a verdade. E não a tenho, porque preferiram as estratégias de advogados. O 'não me lembro'", acrescentou.
O processo terminou com condenações, convertidas em penas suspensas, mas se seria de esperar que todos os intervenientes seguissem em frente e quisessem, finalmente, não remexer mais em memórias tão dolorosas, Ivo Lucas tomaria uma atitude considerada inesperada.
Condenado a dois anos e quatro meses de prisão com pena suspensa e um ano de inibição de condução, por homicídio negligente na forma grosseira, o ator da SIC, que conduzia o jipe de Sara na noite da tragédia, em dezembro de 2020, Ivo pediu que o julgamento seja repetido, por considerar que há incongruências no processo. O advogado do ator já deu entrada com o recurso no Tribunal da Relação de Évora e caso a absolvição não seja o desfecho, pretende pedir a nulidade e repetição do processo. Entre os pontos destacados para apelar à inocência de Ivo Lucas está a velocidade a que o cantor conduzia e determinação que a colisão do jipe que o ator conduzia terá tido na morte de Sara, uma vez que depois deste embate ainda houve outro carro que colidiu com o veículo acidentado.
Caso o seu pedido seja acedido, isso implica que todos os intervenientes tenham de voltar a falar em tribunal, perpetuando uma dor e um luto difícil e que se tem prolongado no tempo.