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Kiki Espírito Santo, a prima de Ricardo Salgado que foi rainha do jet set e recolheu ao mais privado universo de Cascais

Com a morte da socialite extingue-se mais um bocadinho dos anos dourados dos grandes bailes e festas do jet set português, como as que aconteciam no Ritz, Quinta Patiño ou as organizadas pela família Pereira Coutinho. Era o encontro do dinheiro, do 'berço', num meio privilegiado em que o requinte fazia escola. Para os Espírito Santo, foi assim nos anos 80, 90 e início dos anos 2000, até que com o colapso do BES mudou as dinâmicas da família e os fez recolher à sua concha.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
14 de agosto de 2025 às 20:14
Kiki Espírito Santo, a prima de Ricardo Salgado que foi rainha do jet set e se recolheu ao mais privado universo de Cascais
Kiki Espírito Santo com o marido, Jorge
Kiki Espírito Santo
Kiki Espírito Santo foi uma das rainhas do jet set
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Kiki Espírito Santo com o filho, Fernando
Kiki Espírito Santo
Kiki e Jorge Espírito Santo no casamento de Catarina Salgado
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Kiki e Jorge Espírito Santo na casamento de Catarina Salgado, filha de Ricardo Salgado maio 2005
Kiki Espírito Santo com o marido, Jorge
Kiki Espírito Santo
Kiki Espírito Santo foi uma das rainhas do jet set
Kiki Espírito Santo com o filho, Fernando
Kiki Espírito Santo
Kiki e Jorge Espírito Santo no casamento de Catarina Salgado
Kiki e Jorge Espírito Santo na casamento de Catarina Salgado, filha de Ricardo Salgado maio 2005

A notícia da morte de Kiki Espírito Santo, esta quinta-feira, gerou múltiplas reações. Entre os que partilharam publicamente a tristeza pela partida da socialite, como Lili Caneças, houve também quem se questionasse sobre quem foi, na verdade, esta figura, que em tempos enchia páginas de revista cor-de-rosa, ainda que não aparecesse na televisão ou nos meios que, aos dias de hoje, tornam famosas dezenas de figuras.

A resposta centra-se num termo, entretanto praticamente extinto em Portugal, e que se refere a um determinado jet set, onde se incluíam figuras que congregavam em si uma série de fatores: tinham berço, um património considerável, moviam-se na alta sociedade e conviviam entre os seus pares, nas grandes festas, que se passavam à porta fechada, em bailes distintos e momentos de cerimónia que fizeram escola nas décadas de 70, 80 e 90.

Maria Ignácia Espírito Santo, mais conhecida por Kiki, era uma dessas figuras em destaque. Casada com Jorge Espírito Santo - que morreu em 2013 vítima de cancro - e que era primo de Ricardo Salgado, movia-se no circuito da alta sociedade portuguesa, nomeadamente entre dois pontos concretos: Cascais e a Comporta. Oriunda de uma família com nome, destacou-se no tempo do antigo regime e saberia fazer a transição. A beleza, elegância e porte fariam dela uma das rainhas do jet set das décadas de 80 e 90, nos famosos bailes dos Savioti, festas do Ritz, Quinta Patiño ou nos encontros organizados à porta fechada pela família Pereira Coutinho, onde as revistas cor-de-rosa não entravam. "Conhecemo-nos quando eu trabalhava na Nova Gente, há mais de 40 anos. A Kiki não gostava muito de jornalistas e não se pode dizer que, à partida, fosse uma pessoa muito simpática. Mas engraçou comigo e tinha-me estima. Depois, quando já estava na Caras, acabei por a fotografar muitas vezes. Ela era uma das figuras da revista", conta à FLASH! o conhecido fotógrafo do jet set Abel Dias, acrescentando que Kiki reunia os ingredientes para ser um ícone da alta sociedade. "Em primeiro lugar, era uma Espírito Santo, era amiga das famílias mais importantes de Cascais, como os Champalimaud ou os Lavradio. E depois, tinha elegância. Era conhecida por usar sempre o mesmo penteado, que era quase uma imagem de marca", recordou, referindo-se ao cabelo muito armado.

Kiki era sempre considerada uma das mais elegantes dessas festas e o berço e família que crescia com a chegada dos netos - teve quatro filhos, Sofia, Fernando, Bernardo e Cristina - despertava interesse de revistas como a 'Lux' ou a 'Caras', à qual chegou a abrir portas da sua casa em Cascais. Foi antes de alguns episódios concretos a terem feito perceber que a exposição mediática tinha um outro lado da moeda, menos simpático, levando-a a recolher-se ao seu núcleo privado.

O grande embate aconteceu quando a filha, Cristina, numa reportagem do 'Expresso', ao mostrar a casa ao estilo rústico, onde a família se reunia anualmente na Comporta, falava de como ali se vivia "em estado puro". "É como brincar aos pobrezinhos", evidenciaria, numa frase que geraria grande celeuma e levaria Cristina Espírito Santo a retratar-se, admitindo ter sido infeliz.

 

Cristina Espírito Santo
Cristina Espírito Santo

Mais tarde, o filho, Fernando, também andaria nas bocas do mundo por causa de alegados romances, ora com a apresentadora Marta Leite Castro, ora com Bárbara Guimarães. À custa das paixões, Fernando, que dias antes da morte da mãe foi fotografado pela FLASH! na praia do Pego, Comporta - onde a família sempre teve casa - acabaria também por se tornar uma figura do jet set nacional.

Mas nada se compararia ao caso que arrastou, de repente, o nome da família Espírito Santo na lama, com escândalo em torno do BES. A partir dessa altura, Kiki e o clã continuaram a frequentar os mesmos locais, nomeadamente a Comporta, que era como uma segunda casa, mas houve um recolhimento diferente que fez com que voltassem às origens, deixassem as revistas cor-de-rosa e se fechassem novamente na sua concha, em festas blindadas, onde só entra quem realmente pertence. 

Com a partida de Kiki, cujas causas da morte ainda não são conhecidas, finda também um pouco desse jet set de elite, que está em vias de extinção. "Hoje, não se pode falar de um verdadeiro jet set e com a morte de figuras como a Kiki este começa, aos poucos, a deixar também de existir", admite Abel Dias.

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