- Lei Transparencia - Ficha técnica - Estatuto editorial - Código de Conduta - Contactos - Publicidade
Notícia
Entrevista

"É fundamental sentirmo-nos amados"

Sob o sol quente de Maputo, a atriz revela-se apaixonada por África e confessa ao site FLASH! o sonho de ter mais filhos.
Por Paula Santos Ferreira | 12 de janeiro de 2017 às 17:40
Claudia Vieira Foto: Paulo Miguel Martins
Claudia Vieira Foto: Paulo Miguel Martins
Claudia Vieira Foto: Paulo Miguel Martins
Claudia Vieira Foto: Paulo Miguel Martins
Claudia Vieira Foto: Paulo Miguel Martins

Em Moçambique o tempo passa mais devagar. Mesmo de visita a Maputo com uma agenda apertada há tempo para demorar e gastar, bem gasto, seja com amigos, a fazer novos amigos, a passear pela cidade ou simplesmente a ver o nascer do Sol. Algo que quem for a África, não pode perder. "É algo mágico. Inesquecível", define Cláudia Vieira que se encantou por este país, nos dias em que lá esteve, a convite da Mozambique Fashion Week, para ser a estrela do desfile de Miguel Vieira.

Como naquelas paragens o tempo estica, conseguimos levar a atriz a dois locais emblemáticos da cidade, para a produção fotográfica, à Estação de Caminhos de Ferro num dia de calor louco e ao Dhow Mozambique, uma loja de decoração e restaurante, imperdível de visitar.

pub

Se Cláudia se apaixonou por Maputo e pelas suas gentes, os moçambicanos e os portugueses que lá residem retorquiram-lhe com inúmeras surpresas, a começar pelo facto de a reconhecerem na rua e se declarem seus fãs.

Da estadia naquelas paragens ficou a promessa de ali regressar, com mais tempo para rever Maputo e partir à descoberta do país.

Uma conversa que decorreu sob o calor gostoso de África, no final do ano e que foi completada já em 2016 em Lisboa.

pub
Claudia Vieira Foto: Paulo Miguel Martins

Foi a sua primeira visita a Maputo. A cidade seduziu-a?

Sim.Muito.Maputo é realmente diferente da África onde já tinha estado, emMarrocos, onde fui em gravações e em férias há dois anos e em Cabo Verde. Moçambique é outra África.

pub

Não conhecendo muito, porque estive apenas uns dias e muito centrados no Mozambique FashionWeek, e no Hotel Polana, aquilo que vi e senti é, de facto, uma África com outras cores, outra temperatura, é tudo mais forte.

Mais intenso?

Não no sentido de convivência. Isso seria um pouco ingrato em relação aos outros sítios onde estive. As férias que passei em São Vicente, Cabo Verde, foram intensas, foram dias muito simpáticos, com uma família maravilhosa de lá. Moçambique é uma África diferente, mais intensa no clima, nas cores.

No dia em que fomos fazer as fotos à estação de caminhos de ferro estavam somente 43 graus…

Sim (risos), 43 mas a sentirmo-nos como se estivéssemos sob 47 graus, por causa da humidade. Uma loucura.

pub

O que a surpreendeu por aqui?

É engraçado, passa-nos uma imagem de bocadinho de pobreza que não tem a ver  com pobreza. É assim que se vive. As barracas não são barracas porque não há dinheiro para construir pedra.

Neste país, até pelo clima, não há necessidade de ser pedra. As pessoas são muito educadas, muito humildes, muito gentis. O tom de voz é calmo, baixo, são muito corretas. São um povo bem disposto.

Gente bem disposta e muito divertida, fazem a festa em qualquer canto. Como vimos ontem, pararam dois carros junto ao calçadão, junto ao mar, põem música e dançam e convivem. Desde que haja música e cerveja está tudo bem. São pessoas simples, descomplexadas e alegres.

pub

Reparei que é curiosa, que gosta de conversar com as pessoas, de as abordar, fazer perguntas...

Gosto de conhecer as pessoas reais. Sempre que posso falo com as gentes que vivem nos locais que visito, para perceber melhor como é a vidas nesses sítios. Quis saber, por exemplo, como eram vistos os portugueses que vivem em Maputo. E percebi que existe uma boa relação entre eles e os moçambicanos.

Entre os portugueses conheci pessoas bastante interessantes, nesta pequena estadia, nomeadamente o cônsul, Gonçalo Teles Gomes, que nos surpreendeu com as suas histórias, experiência de vida e visão. Fui muito bem recebida aqui, por toda a gente, sem dúvida alguma.

Apetece-lhe voltar a Moçambique?

Muito. Quero voltar para fazer férias longas, ficar dois ou três dias em Maputo e depois partir pelo país, conhecer as praias maravilhosas, as ilhas, o norte do país. Fiquei com muita curiosidade e muita vontade de voltar cá.

pub

Para assistir ao nascer e ao pôr do Sol que a deixou deslumbrada?

Sim, ver o nascer do Sol em Moçambique é algo mágico. Inesquecível.

Na Mozambique Fashion Week desfilou para Miguel Veira. Qual foi a sensação?

Foi muito bom desfilar para o Miguel. É uma pessoa que conheço há muito tempo e, mesmo não tendo uma relação pessoal muito grande, damo-nos bem e respeitamo- nos muito. E desfilar aqui, na semana damoda e no Hotel Polana que é tão bonito, foi incrível.

Durante o ensaio abordou os manequins moçambicanos e e quis sabermais sobre estes jovens.

Quis falar sim e o contacto com eles foi muito agradável. E eles são lindos! Rapazes e raparigas de pele negra com traços muito perfeitos, com pestanas enormes, pestanudos, eu adoro isso (risos). Olhos muito vivos, grandes. O grupo de manequins que desfilou comigo e os outros dessa noite podiam desfilar perfeitamente em qualquer parte do mundo.

pub

Como comentávamos, a colecção primavera/verão 2016 de Miguel Vieira fica muito bem nos africanos.

É incrível.Os africanos gostamde usar cores vivas e muitos padrões e esta colecção do Miguel Vieira é o oposto. Baseia-se muito no preto,branco e azuis,mas toda a gente fica linda. Os manequins moçambicanos ficaram um charme. Fantásticos.

Mas a Cláudia também ficou apaixonada pelas capulanas que viu pela cidade e na feira do artesanato.

Fiquei. Fiquei encantada com as cores, especialmente os amarelos torrados, o vermelho grená, gosto dessas cores.

pub

Durante os dias que aqui esteve foi muito abordada por fãs. Surpreendeu-a?

Fico sempre surpreendida. Por mais que saibamos que os nossos canais passam no estrangeiro, neste caso, em Moçambique, que o que fazemos é visto, quando vamos para fora temos sempre ideia de que deixa de haver esse reconhecimento. E realmente não é assim. Nós somos muito próximos, e fiquei surpreendida por haver um reconhecimento tão grande.

Um grupinho de jovens portuguesas que vivem cá vieram ter consigo ao hotel. Elas tinha marcado o encontro?

Nada. Chegaram à receção e ligaram-me para o quarto. Eu desci e fui ter com elas. Foi muito engraçado.

"EU E A MARIA SOMOS MUITO UNIDAS"

pub

Quando sai em viagem a sua filha Maria pede-lhe presentes?

Ela não pede, mas eu gosto sempre de levar peças tradicionais dos sítios onde vou. Levo-lhe um vestido com padrões e cores tradicionais.

Entre o Natal e Ano Novo fez uma pausa nas gravações da novela ‘Coração d’ Ouro’. Onde passou o Natal e o Ano Novo?

O Natal foi passado emfamília emcasa da minha irmã. Somos uma família grande e muito unida. Adoro ver toda a gente à mesa. A passagem de ano foi em Montemor com um grupo de amigos e muitas crianças. Foi muito bom.

A Maria passou a Consoada consigo.

Sim e o dia de Natal com o pai. Aos cinco anos já se vive intensamente o Natal.

pub

A sua filha pediu-lhe muitos presentes?

Ela começa a ser muito influenciada pelos anúncios da televisão. Então quer este mas também quer aquele e o outro. Mesmo assim, não pede muita coisa. Para o Natal pediu uma plasticina e um gatinho que levanta as patas e anda atrás dela.

Em ‘Coração d’Ouro’ da SIC, dá vida a Laura uma mulher polémica e que tem uma relação muito estranha com a filha, muito distante que é o oposto à da maioria das mães, à sua com a Maria.

A relação da minha personagem com a filha é totalmente diferente da minha relação com a minha filha, com a ligação que temos. Eu e a Maria somos muito unidas.

A Maria está a conseguir gerir bem o facto de os pais estarem separados?

Consegue sim, e isso para mim é maravilhoso, é fundamental. Enquanto pais, eu e o Pedro queremos que a Maria tenha como base primordial a família, é algo muito importante para nós. Queremos que ela sinta sempre uma estabilidade muito grande que se sinta sempre muito amada. É fundamental sentirmo-nos amados.

pub

Gostava de dar um irmão à Maria?

Sim, gostava muito. Claro que nem tudo acontece de acordo com os nossos planos. A vida é assim. Por isso é que também é tão boa. Se fosse tudo controlado não tinha graça nenhuma.Mas gostava muito de termais filhos.É que eu adoro ter irmãos. Mas, também pensava que iria ser mãe mais cedo do que fui, não foi exactamente quando desejava.

Mais do que um irmão? 

Sim, claro, venham mais filhos (risos).

Além da família que outros valores deseja passar à Maria?

A educação é uma coisa assustadora, porque nunca sabemos se as nossas opções são as certas. Quero que a Maria tenha o maior mundo possível, quanto mais experiências temos, mais coisas vivenciamos,mais contacto com o mundo temos e, melhores seres somos, acho eu. Além de que passamos a ter uma melhor capacidade de nos adaptarmos a todas as situações.

pub

E, claro quero que a minha filha seja muito feliz e aproveite as coisas boas da vida.Quero que a Maria aprenda a valorizar os pormenores, o dia a dia, o que tem.Valorizar a família.

Já não faz confusão à Maria vê-la na televisão? Nas novelas é outra mãe, outra Cláudia?

A Maria está muito habituada a isso, e ao facto de eu e o Pedro sermos atores. Ela habituou-se desde cedo a ver os pais na televisão.

Como atriz está sempre a desempenhar novas personagens. A Maria não estranha isso?

Os papéis vão mudando, e ela questiona, faz perguntas mas sabe perfeitamente que eu faço uma personagem de uma história, que não é a minha história, não é a minha vida. Ela consegue diferenciar muito bem. Ela já foi várias vezes ao estúdio, acompanhou dias de trabalho, já foi a programas, então ela sabe distinguir.

pub
Claudia Vieira Foto: Paulo Miguel Martins

E esta sua personagem a Laura, ela vê?

Eu evito que ela veja e, como está na préescola, com cinco anos, tem obrigatoriamente de se deitar cedo, e o horário da novela ajuda que ela não veja, mas de repente ver a mãe com uma relação com a filha tão agressiva não acho que seja muito saudável e evito que ela veja.

E esta sua personagem a Laura, ela vê?

pub

Ela já percebe que a mãe e o pai são pessoas conhecidas.

Sim, e ouço coisas muito engraçadas por parte dos amiguinhos dela ou filhos de casais amigos. Por exemplo, porque é que a mãe da Maria está sempre a comer bolachas? Isso, foi por causa de um anúncio que fiz.Ou porque é que a mãe da Maria aparece tanto na televisão lá de casa e tu não? (risos). É giro, sobretudo porque os pais deles tem profissões que nada têm a ver com a minha.

Que explicação é que a Maria dá aos amiguinhos?

É muito engraçado. Ela diz: é porque a minha mãe é atriz, trabalha na televisão e, às vezes, não é a minha mãe. É a minha mãe mas não é a minha mãe.Está a representar, está a fazer de conta.

A Maria lá em casa tambémfaz de conta que é amãe de todos os seus bonecos. Dos peluches todos e eu digo que faço o mesmo.É brincar.

pub

Agradecimentos: Cláudia Vieira vestida por Pinko e fotografada no Dhow Mozambique e no Museu da Estação Central de Caminhos de Ferro de Maputo

Vai gostar de

você vai gostar de...
pub
pub
pub
pub

C-Studio

pub