Inês de Sousa Real e o drama de não conseguir engravidar, as polémicas à volta das empresas do marido e a dramática separação
O fim do casamento com Pedro Brás Soares foi o culminar de várias situações que colocaram forte pressão sobre o casal. A maternidade e as controvérsias à volta das empresas do marido podem ter sido a gota de água.Inês de Sousa Real está na corrida às eleições legislativas de 18 de maio com o grande objetivo de deixar de ser deputada única e conseguir eleger um grupo parlamentar para o PAN (Pessoas Animais Natureza). Tal como no Parlamento, a líder partidária luta na sua vida privada contra o estar só e tenta ultrapassar a separação do marido, Pedro Brás Soares, e construir uma família.
O fim do casamento foi o culminar de várias situações que colocaram forte pressão sobre o casal. A política, de 44 anos de idade, partilhou alguns desses desafios em meados de abril, quando esteve na SIC, à conversa com Júlia Pinheiro. Pela primeira, Inês de Sousa Real falou publicamente do drama de não conseguir engravidar, sem conseguir conter as lágrimas.
A certa altura, a política, de 44 anos, emocionou-se ao falar abertamente sobre a sua luta contra a infertilidade, assumindo aque tentou ser mãe várias vezes e que até se submeteu a tratamentos de fertilidade. Ainda assim, não conseguiu cumprir o sonho da maternidade. "Não consegui ter filhos. Namorei durante 20 anos, estive casada 12. Tentei, cheguei a fazer tratamentos de fertilização, e não consegui. É uma matéria complexa, foi um objetivo que ficou para trás", partilho de lágrimas no rosto.
"Inclusive eu já estava no Parlamento quando fiz um dos tratamentos, até na altura do Orçamento de Estado, e foi muito difícil porque estar a fazer tratamentos, com orçamentos, com dissoluções... acho que é a primeira vez que estou a falar disto em público, até", afirmou de seguida. "De facto eu gostaria muito de ter sido mãe, não foi possível, mas respeito muito aquilo que é a família. (...) Eu dou muito valor à família, e apesar de agora me ter separado, espero que o tempo me possa trazer em breve uma nova família, e essa possibilidade (...) Ele seguiu o seu caminho e eu hei-de encontrar o meu também, porque sou uma pessoa de família, de amigos, acredito também no amor e sei que voltarei a estar disponível para isso", rematou, sem perder a esperança após a dramática separação.
AS EMPRESAS DE FRUTOS VERMELHOS E A IMOBILIÁRIA
Na verdade, nos cerca de cinco anos que Inês de Sousa Real está na Assembleia da República já por diversas vezes teve de responder a diferentes desafios e polémicas. Destacam-se as participações em empresas de frutos vermelhos, sob suspeita de agricultura intensiva, e a imobiliária do marido que, inicialmente, ficou de fora da declaração de registo de interesses.
Quando chegou ao Parlamento, Inês de Sousa Real era chefe de divisão na Câmara Minicipal de Sintra, mas foi a sua participação nas empresas de frutos vermelhos ao lado do marido, com quem casou em comunhão de adquiridos, que lhe trouxe maiores amargos de boca. Acusada de incoerência política, Inês Sousa Real defendeu-se, garantindo que as empresas não utilizavam estufas, mas sim túneis, o que, sendo estruturas abertas, permitem a circulação de ar, de animais, das águas da chuva e a respiração do solo.
Mas as polémicas à volta das empresas de frutos vermelhor não acabaram aqui. De acordo com o polígrafo, Inês de Sousa Real passou a quota da Berry Deams à sua sogra que, por sua vez, passou ao filho, ou seja, ao marido da líder do PAN. O que é visto como uma forma de contornar a lei que declara a transição entre cônjuges nula. Caso idêntico com a Spinumviva de Luís Montenegro. Neste momento, Inês de Sousa Real não detém qualquer participação ativa em empresa a título pessoal.
Em novembro de 2021, a líder do PAN viu-se envolvida numa outra polémica por não ter declarado a empresa imobiliária do marido Pontes & Perfis, criada em julho de 2020, quando já era deputada parlamentar. Inês de Sousa Real alegou que “agiu sempre de boa-fé e de forma transparente”, invocando o facto de ter comunicado “a constituição da empresa do marido à Comissão de Transparência”, num email enviado no dia 9 de outubro de 2020, tal como é referido pelo 'Observador'. Foi alegado que tudo não terá passado de um "lapso".