Terrorismo: "A fé é maior do que o medo"
A polícia não revista ninguém mas há 18 câmaras de vídeovigilância e barreiras de cimento para evitar um atropelamento massivo em Fátima.
Um forte dispositivo de segurança foi montado em Fátima. Blocos de cimentos foram colocados em volta do Santuário, para evitar um atropelamento em massa, como já aconteceu em Nice, Estocolmo e Londres. Ainda assim, ninguém é revistado ao entrar no recinto.
Malas, mochilas, sacos não são verificados pela polícia nem há qualquer revista pessoal, por forma a encontrar objetos suspeitos junto ao corpo. O recinto é permanentemente observado através de 18 câmaras de videovigilância, o que não impede um ataque. Apenas o tornaria visível e o socorro mais rápido, se necessário.
Ainda assim, a fé que move os milhares de fiés é maior que o medo. Nem a memória do atentado a João Paulo II, em 1981, demove a fé e a confiança dos peregrinos.
O site FLASH! falou com muitos peregrinos que garantem que, além de não sentirem medo, nem pensam na possibilidade de ocorrer um atentado terrorista durante a cerimónia da canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.
"A fé é maior do que qualquer receio. Se tivesse medo não estaria aqui e perderia, certamente, a grande emoção que é viver mais um 13 de maio em Fátima. Acredito que Nossa Senhora nos protege", disse ao site FLASH! Albertina Rodrigues, de Anadia.
A ideia da fé é reforçada por José Pereira, de Camarate: "Tenho a certeza de que nada de mau acontece num lugar sagrado, como é Fátima. E toda gente gosta deste Papa, católicos e não católicos, portanto, nada temo".
PRONTOS PARA TUDO
Há quem coloque essa possibilidade mas, ainda assim, meta o coração ao alto. "Se acontecer, aconteceu... não há nada que se possa fazer para o evitar, pois os desígnios de Deus falam sempre mais alto", opina Afonso Maltês, de Évora. "Não é por causa de uma hipótese remota de atentado que deixaria de vir. Isso pode acontecer em qualquer lugar e nós não podemos deixar de viver", conclui o peregrino alentejano.
Houve quem pensasse duas vezes, antes de iniciar a peregrinação a Fátima. Foi o caso de Emília de Jesus, de Rio Tinto. "Os meus filhos ainda tentaram que eu não viesse e eu estava quase convencida a não vir", confessa.
A vinda do Papa Francisco acabou por falar mais alto do que qualquer receio. "Desde há 15 anos que nunca faltei e não iria faltar este ano, ainda por cima com o Papa, de quem tanto gosto, aqui em Fátima", disse-nos emocionada esta senhora que fez uma caminhada a pé de sete dias, como peregrina.