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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

A marca de Rodrigo

O moderador do confronto entre os candidatos à Câmara de Lisboa recorreu a uma agressividade que não é habitual no pivot do Jornal da Noite, que é, hoje em dia, a principal imagem do canal .
08 de setembro de 2017 às 19:54

A forma como Guedes de Carvalho interrompeu Leal Coelho, por duas vezes, durante a discussão entre os principais candidatos à autarquia lisboeta, é um dos momentos de maior agressividade simbólica na História dos debates televisivos em Portugal.

A conversa ia morna. Subitamente, com ar ríspido e um pouco rude, Rodrigo corta a palavra à militante do PSD. Obriga-a a calar-se, para "virar a agulha do debate".

A desproporção de tratamento a um dos intervenientes terá um efeito eleitoral nulo, até pelas fracas audiências. Contudo, a falta de razoabilidade demonstrada nesses dois momentos marcou o tom da emissão, e ficará associada ao jornalista.

Consequentemente, também à informação da casa, porque Rodrigo é, já, a principal imagem do canal, com um carisma e impacto públicos que se sobrepõem às estrelas do entretenimento.

Tal preponderância de um profissional sobre uma estação tem, necessariamente, consequências. Um apurado, e muito particular, sentido ético é a principal característica de Rodrigo. Constitui a sua maior virtude como jornalista, mas também a sua maior fragilidade como decisor.

À necessidade de reflexão sucede o medo de falhar, que dificulta a avaliação das situações, e, por vezes, o inibe de actuar com agilidade. Essa sua "forma muito ponderada de reagir" transformou-se no próprio ADN da SIC. Para o bem e para o mal. Do que conheço do jornalista, ele terá sido o primeiro a arrepender-se, e ter-se-á, talvez, apressado a pedir desculpa à candidata. Rodrigo é assim. Tem a enorme qualidade de perceber quando erra, e consegue reconhecê-lo. Serenamente.

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