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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

O POÇO sem fundo da TVI

O fracasso da nova novela de Queluz de Baixo é mais um passo no caminho que está a empurrar para o último lugar a estação que liderou o mercado, sem contestação, durante 15 anos.
28 de junho de 2019 às 07:06

Ao ritmo a que a fuga de espectadores da TVI se está a processar, começa a ser provável uma rápida passagem da RTP1 para o segundo lugar no ranking de audiências. Se a vitória da SIC era mais ou menos previsível, uma vez reorganizada a empresa, e aqui foi prevista assim que a direção de programas foi empossada, há cerca de um ano, caso se concretize a queda da TVI para o último lugar isso representará uma surpresa total, e um fracasso tremendo da estratégia delineada pelo proprietário espanhol da Media Capital, pela administradora Rosa Cullel, e pelos líderes do canal, quer ao nível de direções, quer ao nível dos vários consultores que opinam e decidem na programação e na informação.

A eventual ultrapassagem do canal 1 vai representar o canto do cisne de toda uma geração de decisores que fez carreira à sombra do prolongamento artificial do sucesso de um modelo de TVI que já desapareceu. Se olharmos para um dia inteiro de programação, um dia normal como a terça-feira passada, vemos que a TVI perde para a RTP1 em quase todos os horários, menos, por enquanto, nas novelas portuguesas. Goucha, informação da manhã, jornal da uma, longos períodos da tarde, o noticiário do horário nobre – vai tudo a eito, na derrota perante a televisão do Estado.

Na média mensal, há ainda um ponto percentual e meio a separar os canais. Mas o fosso entre a TVI e os portugueses cresce a toda a hora. Trata-se de um dos movimentos de audiências mais surpreendentes da História da televisão em Portugal. Irá parar? 

As gralhas das TV - 1

No verão, a falta de investimento das televisões agrava a falta de competência e as gralhas multiplicam-se. Na TVI, a crescente aposta no desporto, com a proliferação de rubricas e comentadores, não evitou que o treinador da moda fosse rebatizado como "Jorje" Jesus. Até graficamente fica mais feio que o original. 

Gralhas - parte 2

Mas que ninguém diga "desta água não beberei" no que aos erros diz respeito. Na SIC Notícias consegue-se fazer um direto de uma das maiores agências mundiais de notícias para comentar o mercado bolsista e registar-se a subida das "bolas". Nada escapa a esta praga, que carece de um cuidado maior e de um controlo mais apertado nas redações. A bem da língua portuguesa. 

Gralhas - parte 3

"Jorje" em vez de Jorge pode ser erro de simpatia; "bolas" no lugar de bolsas pode ser mera dislexia; já os erros gramaticais são mais difíceis de travar, e têm efeitos mais graves, porque muitos dos nossos jovens contactam com o português escrito apenas através da televisão e dos dispositivos móveis que a reproduzem. O superlativo de inteligente devia ser inteligentíssimo, mas não foi, neste caso no Telejornal da RTP1.

Confundir as coisas

Colocar estrelas do canal a promover um empréstimo obrigacionista é um risco enorme para todos. Desde logo, para os investidores. Ser boa apresentadora ou bom ator não significa necessariamente fazer  bons investimentos, muito menos capacita seja quem for a dar bons conselhos de mercado. Risco, também, para os profissionais convocados pela SIC para a ação: eles estão a empenhar os seus laços com os espectadores com opções extraprofissionais. Para as audiências da SIC, o risco é claro: a simpatia dos espectadores não é infinita. A confusão de planos é um risco.

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