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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

O xadrez do Cabo

Qual a razão para a SIC Notícias ajudar a TVI24? Eis algumas explicações, num texto onde se discorre sobre o sacrifício da rainha, um conceito-chave do xadrez, milenar jogo de estratégia de que Daniel Oliveira já foi campeão.
26 de julho de 2019 às 12:43

A SIC Notícias e a TVI24 estão numa guerra sem quartel no mês de julho. Os leitores da TV Guia conhecem a minha declaração de interesses, feita com toda a transparência no primeiro texto nestas páginas, vai para 4 anos: exerço funções diretivas na CMTV. Apesar de ser parte interessada no mercado, isso não me impede de partilhar reflexões, individuais e intransmissíveis, baseadas em factos e numa leitura que os descodifique e enquadre, desde que possam contribuir para o aumento da literacia televisiva do público, que a cada semana julga e julgará.

Ora, esta disputa é suficientemente relevante para justificar análise. Apesar de ser uma luta pelo segundo lugar na informação, sempre atrás da CMTV, é uma batalha relevante por dois motivos. Em primeiro lugar, se a TVI24 passar a SIC Notícias será um feito quase inédito numa década de existência do canal. Mais relevante: o comportamento da SIC nestes dias parece indiciar estarmos perante uma estratégia ousada, que sacrifica uma antiga joia da coroa da empresa, a SIC Notícias, em nome de um bem maior.

No grande jogo de xadrez entre SIC e TVI, é como se a SIC Notícias fosse a rainha que a empresa dá à morte, para alcançar um xeque-mate. Com efeito, a informação da TVI está em enormes dificuldades.

Por vezes, é a SIC que acode à TVI24, com cedência de imagens óbvias que a TVI falha, como no caso do Presidente sobre os fogos. A SIC mantém a TVI entretida na guerra do cabo, a lutar com a SIC Notícias pelo segundo lugar na informação. Ora, enquanto isso, a SIC-mãe fica cada vez mais à vontade. A rainha é sacrificada. Xeque-mate.

Nova equipa na TVI

A chegada do gestor das rádios à televisão poderia indiciar uma passagem de programadores da Comercial para a TVI. Mas a escolha, afinal, foi Felipa Garnel. Uma surpresa. A presença de Cunha Velho na equipa é uma garantia de experiência e uma barreira contra as aventuras. 

Nova equipa na TVI

Bruno Santos

Uns entram, outros saem. Bruno Santos ficará na História como o diretor da TVI que perdeu a liderança ao fim de década e meia a ganhar. No início da hecatombe ainda teve algum sangue-frio, mas logo se perdeu. A confissão, no CM, de fonte próxima, de que "não estava à espera de ser dispensado" é sinal de que, até ao fim, não entendeu o que se estava a passar na empresa.

Brasil legendado

Coube à SIC uma inovação relevante na televisão portuguesa. Domingo, ao meio-dia, o programa Vida Selvagem era sobre o Amazonas. As populações brasileiras que vivem e sofrem ao longo do rio gigante falam um português ancestral, arrastado e incompreensível. As legendas, ao invés de marcarem distâncias, ajudaram à compreensão. A partir de agora não deve haver tabus na legendagem de declarações, entrevistas, e até ficção, provenientes do país irmão. Porque mesmo os irmãos por vezes precisam de legendas para se entenderem. É o desenlace lógico do progressivo afastamento  em relação às novelas brasileiras, que um dia serão legendadas em Portugal.

Os erros dos fogos

O povo queixa-se, e bem, de que os políticos não aprenderam nada com os erros do passado, o que trouxe de volta o sofrimento do fogo. Pois bem. As televisões clássicas também nada aprenderam. A paralisia perante a urgência de informação das populações foi igual à de há dois anos. Na SIC Notícias, a noite de maior aflição, no domingo, foi preenchida por João Alves, Paulo Andrade, David Borges e outro comentador de bola, em estúdio...

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