
Fugiu de várias prisões, liderou quadrilhas audaciosas, foi um sedutor que percorreu a Europa central em aventuras criminosas incontáveis.Viveu num período conturbado, na ressaca da Revolução Francesa, num tempo em que se forjava o Estado com estruturas institucionais formais. Entre os muitos atributos, foi informador da Polícia e mostra ao então Perfeito da Polícia a necessidade de reformar os serviços que procuram criminosos.
Mestre no disfarce, com uma memória visual de exceção, contribuiu para a captura de centenas de foragidos, de bandoleiros no ativo, ao estabelecer redes de informações informais, convence, graças aos resultados apresentados, Étienne-Denis Pasquier, em 1811, a entregar-lhe a primeira unidade daquela que viria a ser a Sureté National. Constituída por criminosos conhecidos e escolhidos por Vidocq, a nova Polícia iria causar furor em França graças aos inúmeros êxitos alcançados no combate ao crime
O sucesso não se deveu apenas à sua experiência como bandido.
Foi graças a ele que os primeiros rudimentos de informação policial ganharam relevo através da fichagem dos delinquentes. Utilizando modelos antropométricos registou cada criminoso, detalhando aspetos da fisionomia e compleição física, os nomes que usavam e as alcunhas.
É, ainda esse modelo, embora mais sofisticado, que é utilizado pelas polícias de todo o mundo. A ele se deve a ideia dos agentes infiltrados assim como os exames dos locais dos crimes com a utilização de moldes em gesso.
Vitor Hugo afirmou que as duas personagens maiores d’Os Miseráveis, Jean Valjean e o Inspetor Javert se inspiraram em Vidocq.