
Um texto que fala de prostitutas de primeira, segunda e terceira categoria valeu a Paulo Dentinho o afastamento do cargo de diretor de informação na RTP. Contestado e apontado no seio da estação pública pelo facto de ter, alegadamente, feito uma alusão ao escândalo sexual que envolve Cristiano Ronaldo, o jornalista acabou por sucumbir ao escárnio e à crítica feroz de quem o rodeia na redação.
O comentário, que Paulo Dentinho continua a garantir não ser um juízo de valor, uma referência direta ao verão louco de CR7 em 2009, fragilizou o homem forte da informação da RTP e conseguiu afastá-lo da direcção, algo que as investidas do ex-colega Carlos Daniel não conseguiram sequer beliscar.
O "caso Paulo Dentinho" é o não-exemplo de como se deve explanar opiniões, seja sobre o que for, nas redes sociais, no trabalho, entre familiares e até amigos de longa data. A tendência para defender Cristiano Ronaldo é quase como que endémica em nós, não fosse CR7, um símbolo e motivo de orgulho nacional.
Ainda assim, devemos ter, sobre este tema, que tanta tinta já fez correr, uma opinião equidistante por forma a evitar dissabores no futuro. Vivemos num tempo em que tudo se vive à flor da pele, mas não pode ser com o coração na boca que se defenda ou ataque o melhor jogador do mundo.
Cristiano Ronaldo, como qualquer cidadão sobre o qual recaem acusações muito graves, goza da presunção de inocência até prova/s em contrário. Resta-nos esperar pelo final da investigação da polícia norte-americana e confiar na Justiça.
O filme da história que aconteceu a 12 de junho de 2009 no Hotel Palms, em Las Vegas, tem dois protagonistas: Cristiano Ronaldo e Kathryn Mayorga. Só eles sabem o que realmente aconteceu naquela noite.
Opiniões, crónicas, posts nas redes sociais ou comentários inflamados nos mais diversos palcos devem ser moderados e acima de tudo evitar colocar a carroça à frente dos bois quanto ao desfecho de um assunto tão delicado. Se for difícil deixo um conselho: ponham pimenta na língua.