
Decidir é o ónus carregado por quem lidera, chefia, coordena. As decisões são o móbil da transformação e do desenvolvimento de qualquer empresa e as televisões não são excepção.
O impacto de uma boa ou má decisão pode ser crucial para o futuro. A história está pejada de exemplos que alavancaram audiências e de outros tantos que eclipsaram direções de programas. Não existe uma fórmula secreta ou um caminho fácil a seguir para tomar decisões acertadas, mas existem abismos para os quais só se precipita quem quer.
A aposta de Bruno Santos, o diretor de programas da TVI, em manter no ar até março o programa ‘Apanha Se Puderes’, conduzido por Cristina Ferreira, pode abrir uma ferida com consequências imprevisíveis para o universo de Queluz de Baixo.
Num jogo de troca de galhardetes sem precedentes, emitir um formato com a principal estrela da SIC só pode favorecer a concorrência. Entendo-o como mais um rasgo de falta de criatividade por quem manda na grelha e que só encontra paralelo na aposta obsessiva em 'reality shows' que nada têm trazido de positivo e dignificante (já escrevi amiudadas vezes sobre esses conteúdos).
Cristina Ferreira, para já rainha e senhora das manhãs, assiste de camarote à promoção que lhe fazem todos os dias. Muitos telespectadores, sobretudo os mais fiéis à TVI, não conseguem escapar ao constrangimento de assistir a um programa conduzido por alguém que decidiu bater com a porta para brilhar num canal rival. Em Queluz de Baixo dá-se mais um tiro no pé.