
Maria Cerqueira Gomes fez as malas e deixou a cidade do Porto – e o Porto Canal – para abraçar um projecto de televisão ambicioso, ao lado de Manuel Luís Goucha. Ciente da responsabilidade em substituir um "peso pesado" de Queluz de Baixo, a apresentadora tem, aos poucos, conquistado o seu espaço, bem como a confiança dos telespectadores (e de Goucha).
As primeiras semanas não têm corrido de feição a uma dupla que, tal como já o havia escrito, não se preparou convenientemente para conseguir rechaçar o efeito esperado do ‘Programa da Cristina’, na SIC.
As críticas, das mais pérfidas às construtivas, não se fizeram esperar. Os mesmos que colocam as faixas de "campeã das audiências" à rainha da Malveira – numa altura em que o campeonato ainda não chegou ao final da primeira volta – são aqueles que de forma categórica conseguem descortinar o principal motivo do insucesso das manhãs da TVI: Maria Cerqueira Gomes.
"Ela é muito calada", ou "não tem a mesma energia da Cristina Ferreira" e ainda "para apresentadora é pouco empática", têm sido algumas das farpas lançadas a um rosto que está no ar, na TVI, apenas, desde o dia 2 de janeiro de 2019.
Fazer televisão também é ter memória. A memória é de facto um património que não se compra ou deixa corromper. Através dela podemos muitas vezes fazer justiça, como é o caso.
Pouco tempo depois de Cristina Ferreira deixar de ser repórter de exteriores do programa de Manuel Luís Goucha, para começar a conquistar o seu lugar ao sol na caixinha mágica, não foram poucos "os passarinhos" da TVI que me chilrearam críticas mordazes à sua prestação.
Desde a voz esganiçada, irritante, passando pela postura bacoca, que não fazia adivinhar grande futuro na condução do programa, de tudo se destilou para reduzir a pó a nova estrela da SIC.
Na altura disse o que agora escrevo: "Roma e Pavia não se fizeram num dia". É preciso esperar, dar tempo ao tempo e também oportunidade para que Maria Cerqueira Gomes mature na nova posição, muito diferente da até então assumida no Porto Canal. Hoje, Maria é a mal-amada. E amanhã?