
Cristina Ferreira é o nome de quem mais se fala nos últimos dias, semanas, meses até. E o caso não é para menos. A apresentadora estreou-se de forma arrasadora no programa que a levou a bater com a porta da TVI.
Os números falam por si. No dia 7 de janeiro, "O Programa da Cristina" conquistou a atenção de 524,5 mil espectadores. Já o "Você na TV", conduzido por Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes garantiu apenas a preferência de 353,9 mil pessoas.
O formato, surpreendente, acompanhado por uma Cristina de visual renovado deixaram o País colado ao pequeno ecrã e desde logo se multiplicaram os encómios nas redes sociais, nas revistas, nos jornais, nas conversas de café.
São legítimos e meritórios todos os elogios a uma mulher (e respectiva equipa) que conseguiu ter a coragem de abandonar a zona de conforto e está a vencer sem mácula a concorrência direta que, convenhamos, não se preparou convenientemente para fazer frente a um "tsunami" televisivo há tanto anunciado.
Ainda assim, alerto para o facto de que a guerra pelas manhãs ainda agora começou. E quando falamos de uma maratona está a parecer-me excessiva a forma como se exalta o feito de Cristina Ferreira ao mesmo tempo que já se fez o funeral a Manuel Luís Goucha e a Maria Cerqueira Gomes.
O sucesso nos programas de 'day time', mais do que os conteúdos ou os apresentadores, resultam dos afetos que se cultivam, das emoções e dos sonhos que se vendem todos os dias.
Por mais anos que passem não me esqueço da reportagem que fiz com Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira na Madeira. Na altura, a espontaneidade e a alegria já se destacavam entre todas as outras características da apresentadora, bem como um enorme respeito nutrido por quem já tinha feito muitas horas de direto na caixinha mágica.
Dessa viagem, sobre a qual nem tudo se escreveu, guardo na memória o espectro de um grande professor e de uma aluna muito aplicada que soube aproveitar a oportunidade em prol de um futuro brilhante na televisão.
É tempo de colocar água na fervura e recordar que a procissão ainda vai no adro quanto à guerra de audiências. As contas, essas, só se podem fazer no final de 2019.