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Como tudo azedou! A vingança final de José Castelo Branco, que desenterra história do roubo de milhares de David Motta ao próprio pai

Zangam-se as 'comadres', desenterram-se as verdades... A guerra entre José Castelo Branco e David Motta descambou num enorme lavar de roupa suja em praça pública, com histórias do passado a serem desenterradas. Do macabro homicídio a mando de Maria das Dores, que chocou o País, ao 'assalto' do designer à conta do pai, o ainda marido de Betty Grafstein não deixa nada por dizer e promete fazer cair, um por um, todos os segredos do antigo amigo, que agora não pode ver à frente.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
29 de outubro de 2025 às 20:00
José Castelo Branco revela roubo de David Motta ao pai, após defesa no caso de violência doméstica
José Castelo Branco revela roubo de David Motta ao pai, após defesa no caso de violência doméstica

Quando estoirou o processo de violência doméstica, movido contra José Castelo Branco, David Motta foi das poucas pessoas que saíram em defesa do socialite. Na altura, eram mais do que amigos, uma espécie de cúmplices nas agruras da vida, uma vez que quando o filho de Maria das Dores passou pelo seu pior momento, Castelo Branco tinha lá estado. Acolheu-o em sua casa quando a mãe de Motta foi presa por ter ordenado a morte do marido, Paulo da Cruz, e funcionou como um escudo do designer, que tinha os holofotes mediáticos direcionados para si. "Oh, David, por amor de Deus! (...) Eu conheço-te desde os 14 anos, fui eu quem te acolhi cá em casa. Foi uma pessoa que eu acolhi, contra tudo e contra todos, num momento difícil da vida dele”, atirou José Castelo Branco, depois de David Motta lhe ter virado costas, posicionando-se ao lado do filho de Betty Grafstein, Roger Basile.

As declarações de David Motta ainda andam pela esfera pública, com o designer a sair em defesa de Castelo Branco com unhas e dentes.

"Sempre que precisei, abriram-me as portas das suas casas... Com eles vivi e com toda a intimidade do livro aberto que é a vida dos dois, aliás dos três, vi, ouvi e assisti a tudo o que se passa entre as quatro paredes de quem as partilha. Sem sombra de dúvida que saberei mais do que qualquer uma das pessoas que tenho ouvido no último mês numa cadência cruel e frenética. Atrevo-me até a dizer que conheço a intimidade e dinâmica de ambos melhor do que qualquer um dos dois filhos", afirmou no início do processo de violência doméstica, apelando à empatia para com José Castelo Branco.

"Assisto e sinto de perto o sofrimento diário e de profundos de duas das pessoas que mais amo e respeito, dois cidadãos que estão a ser indevidamente privados de ter o devido tempo, espaço, respeito e dignidade para tratar dos seus assuntos pessoais, uma união de três décadas (...) Nem o Zé nem a Betty são personagens de ficção, mas estão a ser tratados e crucificados como se não tivessem direitos absolutamente nenhuns, apesar do seu estatuto de figuras públicas."

No entanto, este é um cenário que faz hoje parte do passado. Dos tempos em que partilharam casa logo após o homicídio do padrasto de David Motta, parece já nada restar da amizade que os dois mantiveram, com Castelo Branco a ameaçar revelar, um por um, todos os segredos que lhe foram confidenciados, bem como alguns 'podres' que agora traz a lume. 

“Eu não tenho medo de ti, tu estás na passadeira das não-sei-quantas, mas eu estou aqui, com dignidade”, atirou Castelo Branco, acrescentando prontamente. “Eu não roubei o meu pai. Eu não roubei a minha mãe", disse, desenterrando uma história que remonta a 2009, quando David Motta, na altura com apenas 23 anos, respondeu no Tribunal de Portimão à acusação de se ter apropriado indevidamente de 127 desviados da conta do pai, José Ambrósio, o primeiro marido de Maria das Dores.

Após serem ouvidas as partes, o Tribunal deu como provado que o filho de Maria das Dores utilizou documentos falsos para aceder a uma conta a prazo do pai, tendo levantado o total de 127 mil euros. Pelo crime, seria, José Ambrósio, na Caixa Geral de Depósitos, de onde levantou o total de 127 mil euros. Na altura, foi condenado à pena de quatro anos e oito meses de prisão, que ficaria suspensa mediante o pagamento do valor furtado ao pai.

Em tribunal, José Ambrósio manifestou o receio de que esse dinheiro tivesse sido usado por Maria das Dores para encomendar a morte do segundo marido, enquanto o juiz confirmava que o montante tinha desaparecido da conta de Motta a uma "velocidade vertiginosa".

O CRIME MACABRO QUE CHOCOU O PAÍS

Ainda hoje, David Motta lamenta que o crime cometido pela mãe o tenha feito perder um pouco a sua identidade. Desde então passaria a ser frequentemente apelidado de "filho da assassina". "É isso que me chamam", explicou, em entrevista à SIC, relatando a sua luta para se libertar de um estigma, o que não tem sido fácil devido à natureza do crime encomendado pela mãe, Maria das Dores, que entretanto já saiu em liberdade.

O crime macabro ficará para sempre na história dos horrores que mais fizeram correr tinta em Portugal. Em 2007, o rosto de Maria das Dores, que até aí aparecia pontualmente em algumas revistas cor-de-rosa, passou a estar, em todo o lado. Se inicialmente a socialite ainda conseguiu fingir surpresa pelo assassinato do marido, Paulo Pereira da Cruz, também conhecido como 'milionário do Oeste', a fachada não foi mantida por muito tempo.

O empresário era então encontrado morto no interior do seu apartamento, na Avenida António Augusto Aguiar, em Lisboa, com um saco plástico na cabeça, atado com fios elétricos. Maria das Dores, vista a entrar no prédio com o marido, dava, na altura, a sua versão dos factos: por pouco não tinha testemunhado tudo, pois um súbito ataque de claustrofobia, garantia, tinha-a levado a subir pelas escadas ao invés de ir pelo elevador com o companheiro. Demorou a recuperar do achaque e quando chegou ao apartamento, e uma vez que não tinha consigo as chaves, afirmava ter batido durante minutos, e não tendo obtido resposta, acionou os meios de socorro. Foi ela quem encontrou Paulo Pereira da Cruz sem vida, tendo testemunhado perante as autoridades no papel de viúva sofrida. Porém, rapidamente o mistério seria desfeito e a versão da socialite caía por terra. Os autores materiais do crime - o motorista João Paulo Silva e Paulo Jorge Horta, um funcionário da construção civil - semearam pistas que possibilitaram aos investigadores chegar até eles. Acabariam por confessar o crime e revelar a autora moral do mesmo: Maria das Dores. Foi condenada a 23 anos de prisão, tendo cumprido 16 e saído recentemente em liberdade.

O processo que levou a esse desfecho acabaria por tornar-se num caso altamente mediatizado, com Maria das Dores no centro da polémica e, por outro lado, uma criança inocente, de apenas oito anos, arrastada para o meio do cenário dantesco. Duarte, o único filho do casal, ficou em estado de choque e, desde o primeiro dia, recusou-se a manter qualquer relação com a progenitora. Descrita como uma criança "superiormente inteligente", não quis ir ao primeiro encontro promovido pelas psicólogas e desde então ficou entregue à guarda dos avós paternos, que já antes do crime mantinham uma relação tensa com a socialite. Apesar das múltiplas tentativas, Duarte cortaria todos os laços com o lado materno, uma situação que se mantém até hoje como o filho mais velho de Maria das Dores, David Motta, do primeiro casamento, revelou a Manuel Luís Goucha.

"Perdeu-se a relação totalmente. Eu gostaria, mas a intuição diz-me que é muito complicado ou quase impossível (restabelecer a relação). E Isso entristece-me bastante, mais pela minha mãe. Sei que se isso algum dia acontecer terá de ser sempre depois da partida da avó, o avô paterno já morreu", explicou, acrescentando que, por uma vez, tentou entrar em contacto com o irmão, numa altura em que a mãe estava doente, o que não resultou em quaisquer avanços.

Já David Motta manteve-se sempre incondicionalmente ao lado da mãe, sendo das suas poucas visitas durante os largos anos em que esteve presa em Tires, ajudando-a, posteriormente, na integração à vida depois da cadeia.

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