Depois das ovações de herói nacional, vice-almirante Gouveia e Melo "traído" pela política
Quando aumentam os infetados Covid-19 e as dúvidas sobre a vacinação, teme-se pelo futuro e muitos pedem o regresso do almirante. O homem que dispensa protagonismo, rejeita o projeto de ser candidato a Presidente e espera apenas que os políticos resolvam o impasse da sua carreira militar.
Henrique Gouveia e Melo, 61 anos de idade, tornou-se o novo herói português com o seu trabalho na task force da vacinação contra a Covid-19. É um "anjo" vestido de militar para muitos portugueses, que pedem o regresso do almirante à coordenação da vacinação, no combate à pandemia. Apesar dos elogios e todas as homenagens, Gouveia e Melo foi atirado para o limbo, em termos de carreira militar.
Depois do trabalho como coordenador da task force, Gouveia e Melo foi nomeado Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA), mas essa promoção está até agora num impasse, situação agravada pela crise política que se vive em Portugal, no qual o vice-almirante tem saído prejudicado no que diz respeito ao exercício da suas novas funções.
Segundo o 'Diário de Notícias', a nomeação para a Armada foi noticiada como uma escolha do governo mas nunca chegou a ser formalizada em Conselho de Ministros nem proposta oficialmente a Marcelo Rebelo de Sousa que, na verdade, é quem tem poder para o nomear. O mesmo órgão de comunicação questionou o gabinete do Presidente da República e o do ministro da defesa, João Gomes Cravinho, mas nenhum quis esclarecer pormenores deste processo, inclusive se a proposta para a nomeação do vice-almirante foi oficialmente feita.
Até agora, Gouveia e Melo manteve-se em silêncio sobre o futuro da sua vida profissional. Há quem acredite que o vice-almirante aguardará por novidades, mas há quem tenha medo que este impasse possa ditar o fim da sua carreira militar.