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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

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Elogio dos debates

Há que dar a mão à palmatória: o interesse suscitado pelos debates foi enorme, e isso traduziu-se em audiências muito interessantes para as estações. Os debates foram bem realizados, com uma ou outra falha técnica. O nível médio dos moderadores foi bom, com diferenças entre si. A duração, curta, que muitos criticaram, aproveitou à qualidade do espetáculo.
20 de janeiro de 2022 às 15:02
António Costa, Rui Rio
António Costa, Rui Rio Foto: Pedro Pina/RTP

Chegou ao fim a série de 30 debates entre líderes partidários, que se prolongou por 15 dias, em seis canais de televisão. Há duas semanas, no arranque desta maratona, aqui escrevemos que "dar mais de 30 debates em poucos dias, por vezes à razão de 3 por dia, vai estabelecer uma confusão tal no espectador que chegaremos todos ao fim com a noção de que pouco ou nada ficou de substantivo da enorme cacofonia política que se vai gerar".

Pois bem, é tempo de balanço. E aqui, há que dar a mão à palmatória: o interesse suscitado pelos debates foi enorme, e isso traduziu-se em audiências muito interessantes para as estações. Até o debate que opôs Rui Rio a António Costa, organizado em moldes semelhantes aos de há dois anos, atingiu desta vez um resultado muito superior. Os debates foram bem realizados, com uma ou outra falha técnica, como por exemplo os pobres cenários da RTP. O nível médio dos moderadores foi bom, com diferenças entre si, desde o estilo interventivo de Clara de Sousa até às dificuldades de João Póvoa Marinheiro (mas o tom da discussão entre Ventura e Chicão não ajudou em nada). A duração, curta, que muitos criticaram, aproveitou à qualidade do espetáculo, porque nunca cansou, e aumentou o ritmo.

O público português deixou-se cativar por estes duelos, e os programadores só terão exagerado no número e na intensidade de comentadores, de qualidade muito desigual e a maior parte deles sempre com determinada visão, independentemente do conteúdo do debate que estava a ser comentado. As notas mais relevantes sobre os políticos envolvidos estão ao lado, no sobe e desce. No que respeita aos jornalistas, a grande triunfadora foi Clara de Sousa, que demonstrou a melhor capacidade de moderação. Veremos qual o impacto na votação dos portugueses.

Pois bem, é tempo de balanço. E aqui, há que dar a mão à palmatória: o interesse suscitado pelos debates foi enorme, e isso traduziu-se em audiências muito interessantes para as estações. Até o debate que opôs Rui Rio a António Costa, organizado em moldes semelhantes aos de há dois anos, atingiu desta vez um resultado muito superior. Os debates foram bem realizados, com uma ou outra falha técnica, como por exemplo os pobres cenários da RTP. O nível médio dos moderadores foi bom, com diferenças entre si, desde o estilo interventivo de Clara de Sousa até às dificuldades de João Póvoa Marinheiro (mas o tom da discussão entre Ventura e Chicão não ajudou em nada). A duração, curta, que muitos criticaram, aproveitou à qualidade do espetáculo, porque nunca cansou, e aumentou o ritmo.

 

PROGRAMAÇÃO - ANA BOLA

Ana Bola
Ana Bola

A notícia da contratação de Ana Bola para uma nova aposta da ficção da TVI, além de ser uma boa notícia para a indústria, confirma um movimento que parece estar a dar frutos às generalistas.

O humor, os formatos leves, nesta fase pós-pandemia, parecem resultar cada vez mais, depois do início do percurso através de novelas de horário nobre como o de Festa É Festa. Também na SIC, ainda no sábado passado uma tarde inteira de Patrões Fora dominou completamente a concorrência, e relegou a TVI para incríveis 14% de share diário.

 

INFORMAÇÃO - FOTOBOX

Fotobox
Fotobox Foto: RTP

Na RTP3, há um pequeno tesouro de grande qualidade. Trata-se de um programa sobre fotografia, e revisita acontecimentos históricos através das fotos e dos testemunhos dos fotógrafos e dos protagonistas. Curto, com linguagem documental, é verdadeiro serviço público. Este domingo à noite, com notável sentido de oportunidade, o episódio mostrou a tomada do paquete S. Maria por Camilo Mortágua. A rever, está ainda nas boxes.

SOBE - ANTÓNIO COSTA

António Costa
António Costa

Foi o político mais profissional de todos na maratona televisiva de debates. A experiência fez a diferença.

A estocada final guardou-a para o frente a frente com Rui Rio, em que desmontou as maiores fragilidades do oponente.

 

SOBE - COTRIM DE FIGUEIREDO

João Cotrim Figueiredo
João Cotrim Figueiredo

O antigo diretor-geral da TVI levou do mundo televisivo uma boa capacidade de comunicação. Nos debates foi a grande surpresa, afirmativo, e capaz de impor temas na agenda. Conseguiu levar Costa a dizer que nalgumas matérias "é liberal".

 

MANTÉM - RUI RIO

Rui Rio
Rui Rio Foto: Cofina Media

Tal como outros líderes no passado, chegou ao debate com Costa com tão baixas expectativas que o simples facto de falar com o primeiro-ministro de igual para igual criou a ilusão de que tinha ganho.Na verdade, a crueza do debate obrigou-o a expor as suas ideias, e isso foi comprometedor nalgumas áreas. 

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