
A primeira missão de paz que teve na televisão portuguesa foi acabar com os "donos da bola". Na década de 90, a SIC de Rangel surpreendeu o País com uma inédita manifestação de clubite exacerbada, à mistura com jornalismo agressivo a testar os limites dos factos.
'Os Donos da Bola' surpreenderam os espectadores que, naquele tempo, não possuíam ainda as ferramentas de descodificação que vieram a adquirir com a experiência. As audiências avassaladoras do programa de sexta à noite, na SIC, acabaram por moldar negativamente a imagem do canal.
Quando a empresa concluiu que perdia mais do que ganhava, Fragoso recebeu a incumbência de trocar os donos da bola pelo novo formato, e chamou-lhe 'Jogo Limpo'. A pacificação foi feita, mas as audiências fugiram, pelo que rapidamente a experiência chegou ao fim. Mas tinha nascido um capacete azul da televisão portuguesa.
Foi nessa qualidade que tomou conta de vários canais em períodos conturbados, como a SIC Notícias, após a guerra fratricida que corroeu o canal, a TVI, numa das fases traumáticas pós-Moniz, e agora a RTP.
Num ano, Fragoso pôs ordem na empresa: arrumou a grelha, acabou com o delírio das séries insensatas, recuperou o estatuto ético da empresa, que se tinha desgastado na gestão anterior. Tem, agora, a sorte de apanhar pela frente uma TVI moribunda, que lhe permite sonhar com o segundo lugar nas audiências. Fragoso salvou a administração de Gonçalo Reis, que talvez não merecesse ser salva, e é hoje uma espécie de presidente em exercício da empresa. Que bem necessitada estava de uma pacificação assim!
CRISTINA TAMBÉM FALHAQuando Cristina Ferreira foi ter com Daniel Oliveira e aceitou transferir-se para a SIC, um dos detonadores do divórcio com a TVI foi a dificuldade gerada pelos negócios em nome próprio. Na SIC, o problema mantém-se, como se vê pelo desgaste causado pela entrevista a Maria das Dores, na sua revista. Cuidado!
A FORÇA DA BOLA
OS ERROS DA RTP COM O DESPORTO
AUDIÊNCIAS DE JULHO É certo que a televisão generalista está em queda, mas há fenómenos cuja explicação transcende, em muito, as condições de mercado. Comparemos os resultados homólogos da TVI: em julho do ano passado, o canal 4 tinha uma média de 365 mil espectadores. Este ano, tem pouco mais de 275 mil. Eis a real dimensão da sangria que afeta Queluz de Baixo, e que justifica a provável mudança na gestão do canal.
É certo que a televisão generalista está em queda, mas há fenómenos cuja explicação transcende, em muito, as condições de mercado. Comparemos os resultados homólogos da TVI: em julho do ano passado, o canal 4 tinha uma média de 365 mil espectadores. Este ano, tem pouco mais de 275 mil. Eis a real dimensão da sangria que afeta Queluz de Baixo, e que justifica a provável mudança na gestão do canal.