
Por vezes, sem consciência do mal que fazemos, estamos a contribuir para a consolidação do maior crime que os humanos estão a cometer contra a sua própria sobrevivência. Refiro-me às agressões ambientais que segundo a segundo, minuto a minuto, por todo o Mundo se consumam contra a saúde do nosso planeta, e nas finalidades últimas contra a nossa saúde individual. A multiplicação do plástico, dos consumos desenfreados de combustíveis fósseis, passando pela desflorestação, pelos desequilíbrios demográficos e toda a espécie de comportamentos insalubres, fazem com que a defesa da Terra, dos seus direitos, dos equilíbrios ecossistémicos seja uma prioridade nas preocupações de quem almeja um futuro equilibrado e justo, saudável e próspero para aqueles que a irão habitar. Por outras palavras, para os nossos filhos e netos.
Sabe-se quem são os maiores poluidores do planeta e, à cabeça, surgem as indústrias associadas à extração petrolífera. Não admira, pois, que cresçam as vozes que exigem a diminuição da atividade destas grandes empresas, assim como a procura de alternativas aos consumos de petróleo e seus derivados.
É certo que os governos hesitam. Sobretudo aqueles onde se encontram os maiores produtores e poluidores. É certo que perante este caminhar a passo lento, em face da degradação rápidas das condições de vida, a angústia aumente e a revolta seja maior. Não admira, pois, o esforço das comunidades, das opiniões públicas de todos os países, exigirem mais e mais rápidos passos no caminho da descarbonização, da reflorestação e na diminuição de matérias poluentes.
Porém, nem todos os meios justificam os fins. Uma das congregações que faz deste combate o seu objetivo principal, decidiu atacar obras de arte, obras que são património da humanidade, procurando atingi-las com tintas ou outros produtos corrosivos. É o desespero da estupidez. As obras legadas por Da Vinci, Vermeer e outros autores, cuja dimensão artística enformaram a sensibilidade de milhões, não é apenas um comportamento irracional e cruel. É um crime contra obras de arte e, também, contra o nosso património comum de saber, de educação, de cultura universal. Gente que faz isto não traz nada de novo a luta pela melhoria dos direitos da Terra. Pelo contrário. Afasta e causa repugnância a quem sabe que estes direitos só fazem sentido quando casados com os direitos dos homens. De entre eles, a arte como alimento espiritual.