
Não há muito tempo, perto de Grândola, um indivíduo sequestrou a sua ex-companheira, desapareceram por uns dias, tempo em que a violava e escondia na mala do carro e, por fim, é preso em flagrante delito quando já consumava o seu homicídio. Felizmente, a senhora salvou-se por uma intervenção rápida da PJ. O País ficou boquiaberto com a violência desta sequência de crimes.
Agora aconteceu nos arredores de Leiria. Ao que se sabe por ciúmes, um indivíduo de 71 anos, terá sequestrado e mantido sob a ameaça, durante vários dias, a sua companheira de 40 anos de vida em comum. Estavam desaparecidos há vários dias. Também desapareceram durante vários dias e a mulher terá sido salva por populares no momento de descuido do sequestrador.
O agressor terá deixado uma carta em que informava que a ia matar e suicidar-se. Felizmente não fez uma coisa nem outra. A mulher está a salvo e, se a Justiça for prudente, ele estará preso por uns anos.
Não deixa de causar perplexidade este tipo de comportamentos. Esta fúria possessiva que transforma mulheres em verdadeiros objectos nas mãos de selvagens. Que lhes retiram a capacidade de gerirem a sua liberdade, a possibilidade de viverem descansadas e, em casos mais extremos, lhe retiram a vida.
É preciso andar muito para que este mundo negro feito de medos e mortes comece a abrandar. É um verdadeiro programa de vida que só fará sentido se envolver de forma séria e activa as escolas. Desde a primária para que se ensina o essencial da vida em comum: o respeito pela diferença e pela liberdade do Outro. Só assim, sairemos deste pesadelo onde ser mulher é uma porta aberta para a possibilidade de martírio.