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The Mag - O mundo em 2025

Em 2025, a Avenida da Liberdade tem um novo rosto de poder. Como Paula Amorim se tornou na rainha do luxo e nova 'dona disto tudo'

Entre nomes como Dior, Cartier ou Gucci, há um rosto português que tem sido o grande responsável pelo maior cosmopolitismo da Avenida da Liberdade, que se engrandece perante os gigantes da Europa. Assume que investir num país com uma "carga fiscal gigantesca, quase insuperável" não é fácil, mas que o coração pesa sempre para o lado luso, onde admite haver ainda muitas oportunidades, sendo que as mais a encantam são no segmento do luxo. "Há imensas oportunidades em Portugal, mas não há espaço em Portugal para um turismo de massas, Portugal deve ser preservado e um turismo de massa não penso que seja o melhor para o País."
Por Rute Lourenço | 30 de dezembro de 2025 às 11:44
Paula Amorim, figura de destaque na Avenida da Liberdade Foto: Flash

Nas grandes capitais europeias, as dinâmicas estão a mudar e em Portugal aquela que é considerada a Avenida mais nobre, último reduto do luxo e sofisticação, tem agora um novo rosto nacional: Paula Amorim. A empresária, herdeira de América Amorim, chegou ao coração da capital timidamente, em 2005, quando abriu a sua Fashion Clinic, então um dos poucos sítios onde se podia comprar marcas de topo em Portugal.

Paula Amorim Flash
Paula Amorim Flash
Paula Amorim Flash
Fernanda e Américo Amorim; Paula Amorim Flash
Paula Amorim Flash
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De lá para cá, muita coisa mudou e à medida que antigas lojas fechavam, as grandes marcas mundiais iam-se estabelecendo pela Avenida. Hoje, e à semelhança de Paris, Madrid ou Londres, é possível encontrar Burberry, Cartier, Dior, Rolex e muitos outros nomes de topo, mas paralelamente há um cunho português que vai tomando conta de outros recantos e que se chama JNcQUOI. Começou com o original, depois veio o Asia e o Frou Frou, o Fish, uma loja de decoração e para 2026 está finalmente prevista a abertura do primeiro hotel do grupo, que foi adiada por força de um incêndio que fez com que o projeto tivesse de recomeçar do zero.

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A 'ocupação' da Avenida da Liberdade reforçou o estatuto de Paula como uma das mulheres mais influentes do País. E não é só na fortuna, mas também no status quo. Os seus restaurantes tornaram-se nos espaços da moda, aqueles onde todos querem ir e, acima de tudo, serem vistos, que ocupam as stories das contas mais badaladas das redes sociais. E necessariamente, como sempre que alguém ascende, há como que um poder a mudar de mãos e nomes como Olivier Costa, por exemplo, foram perdendo terreno perante o domínio dos Amorim, algo que o chef não tem problemas em assumir pelo selo de qualidade que reconhece ao grupo JNcQUOI. "Ele (Miguel Guedes de Sousa, marido de Paula Amorim)  pode abrir o que quiser. E ele tem o melhor conceito, é o melhor de todos e pode abrir o que quiser. Quem tem orçamento para fazer, e ele tem e tem todo o mérito, faz coisas espetaculares, restaurantes a que eu adoro ir e vou sempre. Vou ao JNcQUOI, adoro o da Comporta, são coisas que eu não tenho capacidade financeira para fazer, são coisas muito bem feitas, com um luxo brutal e quem puder fazer, que faça", fez saber Olivier.

Jncquoi restaurante Foto: Jncquoi

Mas se Lisboa, e sobretudo a Avenida da Liberdade, era o primeiro reduto para quem sempre sonhou solidificar o seu império no luxo, o passo seguinte dado pela filha de Américo Amorim acabaria por reforçar esse estatuto. Se a Avenida da Liberdade é o sítio onde tudo acontece, o local onde a elite fazem compras, qual é o seu refúgio dourado em Portugal? A resposta está no Alentejo, mais precisamente na Comporta, que agora os Amorim dominam depois de uma série de investimentos milionários que os tornaram nos novos donos daqueles que já são chamados de 'Hamptons portugueses', ocupando, assim, o lugar deixado em aberto pela família Salgado, que durante anos foi vista como o clã todo poderoso da Comporta.

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Foi em 2019 que a empresa de Paula Amorim - a Amorim Luxury - em conjunto com o magnata francês Claude Berda - que faleceu recentemente -  levaram a cabo uma mega operação para a compra da Herdade da Comporta, até então na posse dos Espírito Santo. Ao todo, ficaram em seu poder com uma área disponível de 1380 hectares, adquiridos à Gesfismo, depois de esta ter avançado com um concurso para a venda dos ativos que faziam parte do património do Grupo Espírito Santo. O negócio foi selado mediante o pagamento da impressionante quantia de 157,5 milhões de euros, noticiou o Expresso em novembro de 2019.

Paula Amorim assina escritura da Herdade da Comporta Foto: Flash
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A aquisição da Herdade da Comporta foi concluída em 2019 e desde então que a empresa liderada por Paula Amorim finaliza um dos projetos mais exclusivos que a Comporta já viu e que no próximo ano vai estar a funcionar a todo o gás, redefinindo o conceito de luxo no Alentejo, e mostrando que Paula, uma empreendedora nata, tem sempre em mente os conselhos do pai, Américo Amorim, que a incentivou a não ter horizontes curtos.

Paula Amorim; Comporta Flash
Miguel Guedes de Sousa e Paula Amorim Flash
JNcQUOI Club Comporta Flash
JNcQUOI Club Comporta Flash
JNcQUOI Club Comporta Flash
JNcQUOI Club Comporta Flash
JNcQUOI Club Comporta Flash
JNcQUOI Club Comporta Flash

"Saiam de Mozelos [sede da Corticeira Amorim]. Lavem a cabeça no mundo. Não se deixem aprisionar pela mentalidade do caldo-verde", sempre disse o empresário.

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Américo Amorim Foto: Flash

O dinheiro, esse, que se vai multiplicando, Paula prefere investir em Portugal, num patriotismo que é também uma homenagem àquilo que o próprio pai sempre quis fazer pelo seu país. "Achamos que há imensas oportunidades em Portugal, que está sem dúvida no radar do turismo e dos investidores. Não há espaço em Portugal para um turismo de massas, não é esse o caminho para o País. É um turismo que consome pouco, gasta pouco e não investe. Portugal deve ser preservado e um turismo de massa não penso que seja o melhor para o País", afirmou, numa entrevista antiga a Francisco Pinto Balsemão, onde se orgulha do caminho que tem firmado ao lado do marido, que a fez construir um caminho paralelo aos negócios que já tinha de família, nomeadamente a Corticeira Amorim e a Galp.

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No entanto, mais recente, assumiria que correr por amor à pátria, por vezes a leva a perder mais do que se decidisse arriscar fora de portas. "Ser empreendedor é um risco! Na Europa, e especificamente em Portugal, está a tornar-se cada vez mais difícil. Ser dono de um negócio é um ato de heroísmo. Num mundo altamente competitivo, enfrentamos uma carga fiscal gigantesca, quase insuperável, uma burocracia excessiva e um sistema judicial disfuncional. Vivemos numa realidade em que obter lucro parece um pecado."

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