'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

Notícia

Crime e terrorismo

A maior parte das televisões nacionais chega mais depressa a Londres ou a qualquer capital europeia do que a Tamel São Veríssimo, freguesia do concelho de Barcelos a 62 quilómetros do Porto.
31 de março de 2017 às 07:00

Adelino Briote, português com cerca de 60 anos, já tinha sido condenado por bater com uma barra de ferro na antiga sogra e na filha, grávida. Sexta-feira matou quatro vizinhos, em 20 minutos, na sua freguesia de Tamel São Veríssimo, em Barcelos, incluindo uma mulher grávida de sete meses.

Dois dias antes, Khalid Masood, nascido na Inglaterra há 52 anos, pegou num carro alugado, atravessou a ponte de Westminster, em Londres, a alta velocidade, atropelou quem estava à frente, e tentou invadir o parlamento inglês. Matou quatro pessoas, incluindo um polícia, e foi abatido a tiro. Terrorismo global e criminalidade grave no país real – duas realidades distintas, cuja coincidência temporal proporciona uma avaliação da capacidade de resposta e do ADN dos canais nacionais.

Na generalidade das televisões portuguesas é mais rápido chegar a Londres do que a uma qualquer freguesia em Barcelos. A reacção ao atentado na Grã-Bretanha foi muito mais ágil. Vejamos: em Tamel São Veríssimo, a CMTV esteve a reportar sozinha durante quase uma hora (a SIC Notícias está a chegar em último lugar cada vez mais vezes, o que pode ter algum significado).

É claro que há menos telemóveis e Ipads em Tamel do que em Londres, pelo que um atentado tem uma profusão incomparável de imagens nas redes sociais, logo utilizadas pelas TV clássicas, o que não acontece no interior do País. Mas seria um erro pensar que esta é a razão primordial para a diferença de tratamento. Ela resulta da enorme indiferença dos responsáveis editoriais pelo Portugal rural e profundo

Dois dias antes, Khalid Masood, nascido na Inglaterra há 52 anos, pegou num carro alugado, atravessou a ponte de Westminster, em Londres, a alta velocidade, atropelou quem estava à frente, e tentou invadir o parlamento inglês. Matou quatro pessoas, incluindo um polícia, e foi abatido a tiro. Terrorismo global e criminalidade grave no país real – duas realidades distintas, cuja coincidência temporal proporciona uma avaliação da capacidade de resposta e do ADN dos canais nacionais.

Na generalidade das televisões portuguesas é mais rápido chegar a Londres do que a uma qualquer freguesia em Barcelos. A reacção ao atentado na Grã-Bretanha foi muito mais ágil. Vejamos: em Tamel São Veríssimo, a CMTV esteve a reportar sozinha durante quase uma hora (a SIC Notícias está a chegar em último lugar cada vez mais vezes, o que pode ter algum significado).

Leia também
Leia também

você vai gostar de...

Mais notícias de A Grelha da Semana

Na linha da meta

Na linha da meta

Mesmo que volte a ganhar, a SIC não vai esquecer tão cedo a forma como perdeu o mês de setembro. É sempre preciso trabalhar até ao fim. Nenhuma vitória acontece antes da linha da meta.
Mourinho Superstar

Mourinho Superstar

A presença de Mourinho no futebol português aumenta o valor da liga, acrescenta interesse internacional, e fará necessariamente aumentar as audiências dos jogos e de todo o espetáculo em redor da competição.
TVI renasce

TVI renasce

O mercado dos generalistas perdeu, nos primeiros 8 meses, perto de 145 mil espetadores.
Fogo e abandono

Fogo e abandono

É esse mesmo abandono que depois fica registado nas inúmeras reportagens em diretos do combate aos fogos.
Fome em Gaza

Fome em Gaza

Em defesa do que resta do prestígio do Estado israelita, é urgente mudar o rumo deste genocídio lento.

Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável