
1. Escrevi-o há três semanas, a propósito das vitórias de Fátima Lopes sobre Júlia Pinheiro nas tardes de segunda a sexta-feira. "A TVI, bem liderada, organizada e ousada, pode aspirar a voltar à liderança." Agora, com os resultados de 'Pesadelo na Cozinha', que estão a abafar o tão mediático 'Casados à Primeira Vista’, aos domingos à noite, apenas o dia mais importante da televisão, fiquei com a certeza de que a SIC não é nenhum papão.
Bem pelo contrário. Haja em Queluz de Baixo uma (boa) estratégia, da informação ao entretenimento, passando pela ficção nacional, e o campeonato mudará certamente de figura. O ano de 2020 estará aí para o confirmar.
2. Maria Flor Pedroso caiu. Há um ano como diretora de Informação da RTP, não resistiu à última polémica, a denúncia de sabotagem à investigação ao ISCEM. Mas esta foi apenas mais uma. Assim por alto, durante o seu reinado, recordo-me das escolhas controversas para a sua equipa, da desvalorização da notícia exclusiva dos prémios escandalosos da TAP, da suspensão inédita do ‘Sexta às 9’ durante a campanha eleitoral, do sai-não-sai de Carlos Daniel para a FPF, e da luta travada com os trabalhadores precários.
Flor colocou na segunda-feira o lugar à disposição, se calhar à espera de um voto de confiança do presidente, Gonçalo Reis. Mas este, astuto, não lho deu. Talvez com medo de que os estilhaços acabassem por atingi-lo, tirou-lhe o tapete. A jornalista, tão elogiada fora da estação pública, mas tão criticada na redação que dirigia, sai pela porta pequena.
Hoje, constata-se facilmente que não valeram de nada os constantes desmentidos de Flor quanto às polémicas notícias ao longo do último ano na RTP. Afinal, a sua redação, a maior do País, formada por gente competente e trabalhadora, sabia onde estava a verdade. 3.