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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

A insegurança em disparates

É natural que em certas zonas do País que estão a receber mais imigrantes haja um sentimento de insegurança em face de gente que é estranha. Mas que ninguém duvide que são os próprios imigrantes, os mais inseguros. 
10 de março de 2024 às 10:23
polícia, PSP
polícia, PSP

Insegurança é uma palavra perversa. É utilizada como arma de arremesso. E no discurso de todos os partidos, mais particularmente nesta campanha eleitoral, deu para perceber que não conhecem o seu significado, nem os factos e emoções que com ela se correlacionam. Uma tristeza!

Viver sentimentos de insegurança, não significa viver preocupado com a atividade criminosa. Pode acontecer pontualmente mas, movimento criminal está mais associado à ideia de segurança do que ao seu contrário. Existem muitas razões para que os cidadãos se sintam inseguros porque, nas finalidades últimas, significa medo. A luta sindical é o maior exemplo de luta contra a insegurança laboral. Como as exigências por um melhor Serviço Nacional de Saúde querem contrariar a insegurança no que respeita a ter apoio hospitalar a tempo e horas. Não existe, ou é raro não acontecer, em vésperas de férias programas a favor da segurança rodoviária. Ou à segurança da floresta durante o verão.

Esta associação entre insegurança e crime tem os seus primórdios no Estados modernos. O Estado teria como preocupação cuidar da segurança dos seus cidadãos. A Polícia de Segurança pública que dizer isso mesmo. E antes do 25 de Abril, a ideia de segurança ia mais longe. Não é por acaso que a polícia política se denominava Direção Geral de Segurança.

Insegurança é, antes do mais, um sentimento individual e/ou coletivo. Viu-se, com a pandemia, como o medo da propagação do vírus nos deixou inseguros, fechados em casa, usando estratégias de afastamento e de isolamento. Para o reforço da insegurança contribui muito o nível de autoestima individual. Daí que se fale de pessoas inseguras.

O nosso País, no que respeita ao crime, tem historicamente poucos casos de insegurança e todos eles compartimentados no tempo. Recordo, há quatro décadas, a chamada fuga dos Cavacos da prisão de Pinheiro da Cruz, e mais recentemente o caso do violador de Telheiras. É natural que em certas zonas do País que estão a receber mais imigrantes haja um sentimento de insegurança em face de gente que é estranha. Mas que ninguém duvide que são os próprios imigrantes, os mais inseguros.  Estão numa terra estranha, com hábitos diferentes, com dificuldades na linguagem e relacionamento. Confundir estes comportamentos com variações de criminalidade só revela a ignorância daqueles em que vamos votar. Uma tristeza!

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