
Após um período de acalmia, a demência assassina tornou à Europa. Em nome de um deus menor porque só um erro grosseiro assume como adquirido estes crimes tendo como tutela, e até apelidando o fenómeno de terrorismo islâmico.
Nada de mais errado. A interpretação vesga do Corão por parte destes criminosos é comparável à interpretação ortodoxa do antigo terrorismo que assolou a Europa e que matava e fazia explodir bancos em nome da luta de classes. Nem o Corão cauciona terroristas, tal como o marxismo não tutelava bandidos. São apenas chapéus sob os quais estes indivíduos escondem revoltas, ódios incomensuráveis, uma violência inaudita.
É certo que cada um destes ataques lança a insegurança sobre determinada comunidade. Porém, faz mais: O país fica inseguro e, por arrasto, a unidade europeia que tem a França como aliada.
É este o objectivo do terrorismo apocalíptico. Através de pequenas acções manifestamente cruéis e gratuitas lançar o caos. Atemorizar os inimigos porque, para estes jovens radicalizados, inimigos são todos aqueles que não estão radicalizados como eles. Desde crianças a velhos. Um conceito abastardado da ideia de Mal, que somos todos nós, independentemente de termos ou não pensado no Estado Islâmico ou, sequer, termos ou não afeições religiosas.
Estes jovens assassinos não têm chefe, não têm organização, não agem com um projecto programado. São produto de um impulso de revolta descontrolada com forte necessidade de agressão.
Porém, não vale a pena fazermos de conta que tudo isto é um risco iminente. Isso é um argumento que alimenta as fúrias securitárias. Mas vale a pena aprender a viver com este risco. Tal como se vive com a droga, o acidente de carro ou com a electricidade. É a única forma de combater estes assassinos tresloucados. Sem medo. Em liberdade.