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Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

Violência banal

Tornou-se banal aquilo que deveria ser uma exceção. Não se passa uma semana sem que não seja noticiado um caso de agressões a polícias
05 de junho de 2023 às 14:41
João Goulão
João Goulão

Tornou-se banal aquilo que deveria ser uma exceção. Não se passa uma semana sem que não seja noticiado um caso de agressões a polícias. Por vezes, como foi o mais recente caso, bem longe de qualquer ação da autoridade, apenas para vingar uma ordem que o agressor considerou injusta.

Este não é um bom caminho. A lei presta pouca atenção à autoridade no serviço policial e os tribunais olham com condescendência para agressores. Como se fosse obrigação de ofício levar pancada, comer e calar.

É certo que não se pode falar em violência generalizada contra a Polícia. Porém, percebe-se que existe uma multiplicação de casos sem que se saiba o destino final destes processos por agressão.

Vivemos num dos países mais seguros do mundo. Baixas taxas de criminalidade, uma segurança interna que funciona, garantindo a paz social e a ordem pública. Por mais que se ergam vozes agitando o espantalho da insegurança, a realidade desmente com crueza os profetas da desgraça. É, portanto, um paradoxo que, neste território de tranquilidade pública (comparado com outros países), se dê conta da progressão de crimes de ofensas corporais contra agentes da autoridade.

Julgo que temos ordem pública, mas, por outro lado, existem sintomas de degradação social. E não me refiro à situação de pobreza que alastra. Penso, sobretudo, no crescimento de consumos no quadro dos comportamentos aditivos. Consumos de álcool e substâncias psicotrópicas têm vindo a ser assinalados pelas autoridades sanitárias. E sabe-se que muitos dos casos de agressão contra polícias têm a sua génese na irrupção da violência quando estas substâncias aditivas foram consumidas em excesso. Particularmente nas noites de sexta-feira e sábado. Consumos que afetam cada vez mais população juvenil. Perante esta relação, é capaz de estar na hora de escutar com mais atenção os responsáveis de Saúde Pública que têm no combate aos comportamentos aditivos responsabilidades. Nomeadamente João Goulão, líder do SICAD, um sábio e experiente médico, que tem dedicado a sua vida à luta contra estes problemas. Talvez aprendêssemos alguma coisa.

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