
O golo 700 de Cristiano Ronaldo assinado no último jogo frente à Ucrânia terá sempre um sabor amargo. A começar pelo próprio capitão da Seleção Nacional que não conseguiu esconder a frustração assim que o árbitro inglês Anthony Taylor deu por terminado o jogo.
Na ressaca de mais uma noite para esquecer da turma das quinas são muitos os que querem fazer do único golo lusitano (marcado através da transformação de uma grande penalidade) um feito inesquecível e mais importante do que os interesses colectivos da Seleção Nacional e dos milhões que a seguem no mundo inteiro.
Que me perdoe Ronaldo mas hoje, terça-feira, dia 15 de outubro, quem está de parabéns é mesmo Vítor Baía. A eterna lenda das balizas faz 50 anos. O ex-guarda-redes do FC Porto chega ao meio século como sendo o jogador com mais títulos na história do futebol português. São 33 os títulos colectivos que colocam Baía no topo e à frente de Cristiano Ronaldo.
Hoje apresentador de televisão e pai de 4 filhos Vítor Baia despontou para o futebol na Académica de Leça e foi para o FC Porto aos 13 anos. Sinto-me privilegiado por ter assistido a tantas e tão grandiosas defesas.
A força dos números conta e muito para um jogador de futebol e recordo-me como se fosse hoje dos comentários e das manchetes de jornal quando deixou a cidade invicta para vestir a camisola do Barcelona por 6 milhões e 500 mil euros tornando-o, na altura, o guarda-redes mais caro do mundo.
O golo 700 de Cristiano Ronaldo terá sempre um sabor amargo mas não o fel suficiente para nos impedir de saborear as vitórias de Vítor Baía que, para todos os efeitos, também são as de todos os portugueses.