
A presença e o talento português fizeram sentir-se com chama no Festival de Cinema de Veneza. A diferença começou desde logo a ganhar forma na passadeira vermelha com os fotojornalistas a não conseguirem desfocar-se de Albano Jerónimo, Sandra Faleiro, Miguel Borges, Victoria Guerra, Beatriz Barros, entre outros elementos do elenco do filme ‘A Herdade’ que já tive o privilégio de entrevistar.
O Bisato d´Ouro arrecadado por Tiago Guedes pela melhor realização faz-nos sonhar a todos com um óscar de Hollywood. A longa-metragem, que conta com produção de Paulo Branco foi escolhida pelos membros da Academia Portuguesa de Cinema para ser o candidato lusitano para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2020. Agora, depois de Veneza, os portugueses desejam que ‘A Herdade’ conquiste o mundo.
Venho, desde há uns tempos a esta parte a olhar com outros olhos para o cinema português. É gritante a evolução e a maturidade adquirida nos últimos anos. Realização, produção e elencos fortes começam a fazer acreditar que um dia a voz da sétima arte lusitana vai fazer-se ouvir com estrondo além-fronteiras.
A inquietação acaba por ser uma fórmula de sucesso transversal. E a história deste filme, no qual tantas esperanças deposito-chegando até já a ponderar fazer uma direta em 2020- transmite-nos isso mesmo, chegando a ser comparado, em Veneza, com ‘Novecento’ de Bernardo Bertolucci.
A 92.ª cerimónia de entrega dos Óscares decorrerá a 9 de fevereiro de 2020, no teatro Dolby, em Los Angeles. Durante o evento, a Academia Americana de Cinema distribuirá prémios em 24 categorias.
O filme de Tiago Guedes é também o candidato português escolhido pela APC a uma nomeação para os Goya – os prémios de cinema de Espanha – na categoria de melhor filme ibero-americano, com cerimónia prevista para 25 de janeiro de 2020, em Málaga.
Existem muitas razões para acreditar que é desta vez que trazemos o "caneco" de Hollywood. Cresce, a cada vitória nossa, colectiva, o orgulho em ser português!