'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

Esperando os incêndios

Começa a cheirar a verão e, com ele, os incêndios estão à porta. Entramos nesta época carregando os traumas e o horror das tragédias do ano passado.
20 de maio de 2018 às 14:54
incêndios, país a arder,
incêndios, país a arder, Foto: Lusa

Começa a cheirar a verão e, com ele, os incêndios estão à porta. Entramos nesta época carregando os traumas e o horror das tragédias do ano passado. Mais de cem mortos, centenas de milhares de hectares de terra em cinzas, milhares de animais mortos, centenas de empresas destruídas, aldeias em luto e os pobres ainda mais pobres. Quase um ano depois, ainda não está reposta a normalidade nas regiões afectadas. Dinheiro que falta, que dinheiro que foi desviado, gente aflita com medo de iguais dias de inferno.

Nada do que foi prometido está em dia. A falta de aviões, a falta de equipamentos, a confusão que reina no interior da Protecção Civil, o descontrolo em sectores estratégicos dos bombeiros, em conflito com a Autoridade Nacional de Protecção Civil. E o tempo a aquecer, os dias a passar e a crueldade de um calendário indiferente às fragilidades do poder e dos poderzinhos que se agitam em véspera de campanha contra o fogo.

É certo que, olhando para a história dos incêndios, que não existem dois anos sucessivos que sejam idênticos. Que as variações meteorológicas são diferentes de ano para ano. Que é preciso que três variáveis se cruzem para criar as condições para a tragédia: temperaturas altas, baixa humidade e vento forte. O ano que findou, trouxe estes factores conjuntos para a tempestade perfeita durante vários dias em curto espaço de tempo. Até quando já não se esperava, como foi o caso do fatídico mês de Outubro. Mais do que os homens é a realidade meteorológica que decide a intensidade dos incêndios e, para isso, não existe controle.

É certo que muito foi feito ao nível da prevenção, da limpeza das matas, Também sabemos que os nossos bombeiros se agigantam, verdadeiros heróis que ganharam alforria em combates desiguais contra o fogo. É muito mas não é nada quando a Natureza, sobretudo o clima, decide ser tirana. Vem a morte e a ruína. Não sabemos como vai ser. Apenas sabemos que não queremos outro verão de 2017 nas nossas vidas. O tempo o dirá. Talvez haja um Deus clemente que tenha piedade de nós.

Leia também
Leia também
Leia também

você vai gostar de...

Mais notícias de Piquete de Polícia

Agora, a sério

Agora, a sério

Contratar duas dúzias de tratores de rasto é mais barato do que contratar esquadrões de aviação.
Agressão com amor

Agressão com amor

Juraram e viveram promessas de amor, fizeram de filhos, construíram vidas e, mais cedo ou mais tarde, começa a agressão.
O inferno

O inferno

Os governos, os sucessivos governos, seja qual for a cor da sua bandeira, passam pelos fogos como cão por vinha vindimada.
Afogamentos

Afogamentos

A esmagadora maioria dos óbitos, ocorridos no mar e em rios, acontece em locais sem controlo de vigilância e sem ajuda.
Absolvição

Absolvição

A tese que defendia que ele [Fernando Valente] assassinara Mónica Silva morreu na sala de julgamento.
A Operação Marquês

A Operação Marquês

Tenho ficado perturbado com os comícios que Sócrates gerou à porta do tribunal.

Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável