
Sem querer fazer nenhum juízo de valor quanto à bondade da Acusação formulada no âmbito da Operação Marquês, agora que se anuncia pata Setembro o prazo limite para o pedido de instrução, José Sócrates, e a sua defesa, têm cometido erros sucessivos, caído em todas as armadilhas, que o estão inexoravelmente a conduzir por um caminho sem regresso.
Embora tenha advogados competentes, desde o início que percorreu um traçado completamente fora de uma boa estratégia de defesa. Os inúmeros recursos que apresentou não se limitaram a questões de Direito, permitindo que em cada Acórdão da Relação se apreciasse matéria de facto que dificilmente consegue libertar-se na fase da instrução. A sua emotividade, que nas imagens passadas nos últimos dias são testemunho directo, para quem só sabia que ele tinha mau feitio, levou-os a tomar várias posições públicas, em palestras, conferencias, entrevistas em que seguiu um guião errado. Justificava as suas infelicidades como um ataque da Direita política, esquivava-se a perguntas concretas sobre factos do domínio público, quando algum jornalista mais atrevido o confrontava, respondia com agressividade desmedida. No confronto com o Procurador sabia-se que tinham sido conversas tensas. Não se imaginava que fosse aquela raiva descontrolada com que arremete contra o sistema judiciário. Dou de barato os juízos que o condenam antes de julgamento. São juízos baseados na fé. A Acusação é uma peça processual e não mais do que isso. Que as Defesas se encarregarão de desmontar ou não. Porém, se é certo que ele sabia que este processo iria ocupar o espaço mediático, ele que tanto se queixou da violação do segredo de justiça(e com razão), deveria ter percebido que tudo seria discutido na praça pública. Em vez da sobriedade, o transtorno. Em vez da serenidade, a violência verbal quase demente. Prejudicou-se gravemente e arrastou nesse prejuízo a capacidade de defesa de outros arguidos. Responder-me-ão alguns que é criminoso a divulgação de imagens dos interrogatórios. Bom, isto é outra questão. Já velha e sem solução à vista. A verdade é que sabemos e vemos. E aquilo que se vê não augura nada de bom para José Sócrates.
Os inúmeros recursos que apresentou não se limitaram a questões de Direito, permitindo que em cada Acórdão da Relação se apreciasse matéria de facto que dificilmente consegue libertar-se na fase da instrução. A sua emotividade, que nas imagens passadas nos últimos dias são testemunho directo, para quem só sabia que ele tinha mau feitio, levou-os a tomar várias posições públicas, em palestras, conferencias, entrevistas em que seguiu um guião errado. Justificava as suas infelicidades como um ataque da Direita política, esquivava-se a perguntas concretas sobre factos do domínio público, quando algum jornalista mais atrevido o confrontava, respondia com agressividade desmedida.
No confronto com o Procurador sabia-se que tinham sido conversas tensas. Não se imaginava que fosse aquela raiva descontrolada com que arremete contra o sistema judiciário. Dou de barato os juízos que o condenam antes de julgamento. São juízos baseados na fé.
A Acusação é uma peça processual e não mais do que isso. Que as Defesas se encarregarão de desmontar ou não. Porém, se é certo que ele sabia que este processo iria ocupar o espaço mediático, ele que tanto se queixou da violação do segredo de justiça(e com razão), deveria ter percebido que tudo seria discutido na praça pública. Em vez da sobriedade, o transtorno.