"Algo correu terrivelmente mal." As razões para a juiza absolver Joana Marques no processo dos Anjos

Foi anunciado esta sexta-feira, 3 de outubro, o veredicto no mais polémico e mediático processo judicial dos últimos tempos em Portugal: Joana Marques foi absolvida no julgamento, levada a tribunal pelos Anjos devido a um vídeo em que parodiava uma atuação da dupla de cantores. Perante este veredicto, Sérgio e Nelson Rosado, em vez de receberem o milhão e 118 mil euros que exigiam de indemnização, vão ter de desembolsar mais de 31 mil euros em custas judiciais.

E o que diz, afinal, a sentença do tribunal? Segundo o acordão, com 37 páginas, a que a CMTV teve acesso, "é percetível que algo correu terrivelmente mal na atuação dos Anjos mas, não sendo de esperar que o meio reconheça que foi a existência de erros técnicos que tornaram o som desagradável", com a juíza a considerar que a crítica feita por Joana Marques foi bastante moderada.

Ainda segundo o acordão lido pela jornalista Francisca Laranjo, o tribunal dá como provado que não havia necessariamente uma intenção de ofender os Anjos, mas sim intenção de fazer humor. "Já foi suficientemente explicada a razão pela qual este tribunal considera que não ficou provado que foi a publicação da ré que deu origem à polémica que afetou a vida e o negócio dos primeiros [dos Anjos]. (…) Da prova produzida resultou que sofreram com os acontecimentos mas não foram trazidos aos autos elementos que permitam afirmar que esse sofrimento tem como causa a conduta de Joana Marques”, refere ainda a setença.

Sobre o humor, a juiza considera "à pergunta pode o humor ofender respondemos que sim e não depende da sensibilidade de cada um. (…) Na publicação os dois primeiro autores deste dueto cantam o hino numa versão própria sujeita a uma transmissão com erros técnicos graves".