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Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues A Grelha da Semana

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Ouro mundial sem RTP

Os feitos de Inês Henriques, a melhor do mundo nos 50 quilómetros marcha, e do campeão olímpico Nélson Évora, no triplo salto, não mereceram transmissão na televisão do Estado. Passaram no Eurosport.
19 de agosto de 2017 às 00:30

"Vamos conquistar uma medalha de ouro!" Muito antes da chegada à meta, o avanço da atleta portuguesa já era tão grande que justificou o alerta.

"É na espantosa prova feminina dos 50 quilómetros-marcha. Liga aí para veres." A promoção personalizada aguçou a curiosidade. A televisão ligou-se, à procura. O hábito ancestral levou-me aos canais habituais para este tipo de conquistas, raras no atletismo português, e por isso mesmo ainda mais memoráveis. Canal 1: eucaristia dominical. Canal 2: programação infantil. "Mas onde é que isso está a dar?" Eis que, subitamente, a memória informada identifica o Eurosport como o canal que, naquele dia, cumpre a nobre missão de serviço público.

Lá estava Inês Henriques abraçada a uma bandeira maior do que ela, e que nos enchia os corações. A RTP diz que não comprou os direitos dos mundiais de atletismo devido aos valores "elevadíssimos e incomportáveis". "Foi humilhante",  respondeu, e bem, no Record, o presidente da Federação de Atletismo.

A explicação da RTP é falsa, porque no passado a empresa não se coibiu de fazer os investimentos necessários para garantir, por exemplo, a Liga dos Campeões, os Olímpicos ou mesmo os campeonatos europeus de atletismo.

Pelos vistos, o orçamento só não chegou para os mundiais. Trata-se de uma decisão que merece censura, e que solidifica a ideia-chave: estamos perante a pior gestão da RTP desde a estabilização do regime democrático. Uma gestão que não tem uma única ideia consistente sobre o que é o serviço público. O atletismo é apenas mais uma vítima desta desorientação e caos conceptual.

"É na espantosa prova feminina dos 50 quilómetros-marcha. Liga aí para veres." A promoção personalizada aguçou a curiosidade. A televisão ligou-se, à procura. O hábito ancestral levou-me aos canais habituais para este tipo de conquistas, raras no atletismo português, e por isso mesmo ainda mais memoráveis. Canal 1: eucaristia dominical. Canal 2: programação infantil. "Mas onde é que isso está a dar?" Eis que, subitamente, a memória informada identifica o Eurosport como o canal que, naquele dia, cumpre a nobre missão de serviço público.

Lá estava Inês Henriques abraçada a uma bandeira maior do que ela, e que nos enchia os corações. A RTP diz que não comprou os direitos dos mundiais de atletismo devido aos valores "elevadíssimos e incomportáveis". "Foi humilhante",  respondeu, e bem, no Record, o presidente da Federação de Atletismo.

A explicação da RTP é falsa, porque no passado a empresa não se coibiu de fazer os investimentos necessários para garantir, por exemplo, a Liga dos Campeões, os Olímpicos ou mesmo os campeonatos europeus de atletismo.

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