
Escrevo estas linhas no dia em que o processo polémico que envolve Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho volta à barra do tribunal. O ex-ministro da cultura havia sido absolvido pela juíza Joana Ferrer, em dezembro de 2017, relativamente ao crime de violência doméstica mas o Ministério Público decidiu reabrir o processo conferindo alguma esperança à apresentadora sobre a possibilidade de acontecer um volte face numa história confrangedora que já se arrasta há cinco anos.
Entendo que a violência doméstica sofrida por Bárbara Guimarães é muito mais do que apenas um assunto da vida privada de uma figura pública. É um ato hediondo que deve ser denunciado, noticiado sem eufemismos ou pudores de qualquer espécie.
Tapar os olhos, não escrever ou falar sobre o assunto é pactuar, mesmo que de forma indireta, com selvajaria no seu estado mais puro. O Correio da Manhã e a CMTV, ao contrário de outros órgãos de comunicação social, acompanham ao segundo este caso levando até aos telespectadores todas as novidades sobre o diferendo que continua a deixar marcas.
No dia em que o seu nome voltou a estar na berlinda (pelos piores motivos) Bárbara Guimarães, que luta contra um cancro na mama utilizou as redes sociais para assinalar o aniversário do filho, Dinis Maria, que completa, 15 anos. Na imagem partilhada, a apresentadora surge sem peruca e mostra-se visivelmente debilitada.
Afirma, a mulher que me habituei a fitar com respeito no pequeno ecrã, que "os últimos tempos têm sido difíceis". Nunca ninguém, para além dela, conseguirá perceber o sofrimento e a pressão de ver a vida privada exposta na praça pública sem filtros de qualquer espécie. Enquanto houver vida haverá esperança para pessoas como Bárbara, a guerreira.