'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Francisco Moita Flores
Francisco Moita Flores Piquete de Polícia

Notícia

A fome da violência

O psicodrama que hoje se vive em torno da Ucrânia é, antes do mais, o maior exemplo de que os donos do poder, nada aprenderam com as duas tragédias de proporções inimagináveis, que se forjaram nas duas guerras mundiais recentes. O que está a preparar naquele território é um insulto à memória de dezenas e dezenas de milhões de vítimas que deixaram a Europa de luto e destruída.
27 de fevereiro de 2022 às 13:33
ucrania
ucrania Foto: Getty

Há uma vertigem de demência na construção humana que o provoca insistentemente para que manifeste o ser caráter predatório. Sendo o único animal que conhece o poder devastador da morte, com consciência da sua própria finitude, é o único que mata, ou manda matar, sem causa de sobrevivência. E passados tantos séculos, sobretudo o século XX, com aprendizagens e conhecimentos cada vez mais sofisticados, é na guerra que encontra o maior estímulo para assumir o seu papel no Mundo.

Não se pode excluir desta fome de violência quem a partilha, quem a divulga, quem impacientemente a aguarda. A guerra não é apenas o conflito entre dois, ou mais, personagens da História. Surge sempre como excitação coletiva, como se um fio de alegria assassina nos colocasse em cada festa da morte e da destruição. Agora é a Ucrânia. Ainda não há muitos meses, foi o Afeganistão. Para além de outras menos mediáticas que, um pouco por todo o lado, flagelam o planeta. Os protestos para a paz são frágeis, o impulso para o conflito é irrefreável.

O psicodrama que hoje se vive em torno da Ucrânia é, antes do mais, o maior exemplo de que os donos do poder, nada aprenderam com as duas tragédias de proporções inimagináveis, que se forjaram nas duas guerras mundiais recentes. O que está a preparar naquele território é um insulto à memória de dezenas e dezenas de milhões de vítimas que deixaram a Europa de luto e destruída. O Poder é, nas suas finalidades últimas, assassino. Predador e cruel. Com um fascínio lúbrico pela morte.

Esta página é demasiado simples para que se torne num eco que possa arrebatar milhares ou milhões de pessoas para qualquer movimento a favor da paz. Mas não deixará de apelar à paz e contra os desígnios os Senhores da Guerra. Todos nós somos partículas da mesma Humanidade e, sabe-se, que nascemos para o amor, para o encontro, para viver sem medo da destruição alegre que ciclicamente nos é imposta pelos imperadores do Mundo.

Foi isto que Ele nos ensinou. Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.

Leia também
Leia também
Leia também
Leia também
Leia também

você vai gostar de...

Mais notícias de Piquete de Polícia

Agressão com amor

Agressão com amor

Juraram e viveram promessas de amor, fizeram de filhos, construíram vidas e, mais cedo ou mais tarde, começa a agressão.
O inferno

O inferno

Os governos, os sucessivos governos, seja qual for a cor da sua bandeira, passam pelos fogos como cão por vinha vindimada.
Afogamentos

Afogamentos

A esmagadora maioria dos óbitos, ocorridos no mar e em rios, acontece em locais sem controlo de vigilância e sem ajuda.
Absolvição

Absolvição

A tese que defendia que ele [Fernando Valente] assassinara Mónica Silva morreu na sala de julgamento.
A Operação Marquês

A Operação Marquês

Tenho ficado perturbado com os comícios que Sócrates gerou à porta do tribunal.
O ataque nuclear

O ataque nuclear

A ameaça nuclear tem como finalidade, mais do que o eventual uso da bomba, o medo.

Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável